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Estamos vivendo numa época de muitos caminhos, muitas escolhas, mas também de muitas inseguranças e dúvidas... Por onde caminhar?
Aproximamo-nos da festa de Natal, data cheia de significado, de fé, de encontros de família, celebrações, presentes, alegrias, mas também de muito comércio, muitas lutas pelo poder, riquezas e ambições...
O tempo de Francisco de Assis também foi marcado por uma época de mudanças, guerras entre as várias classes, de busca de paz e de convívio fraterno. Ele sonhou em pertencer a uma classe mais importante que a de seu pai, que era comerciante e político influente. Tentou de várias maneiras, até ficar prisioneiro de guerra. E então começou a pensar: o que realmente precisamos para sermos felizes? Olhou ao seu redor e viu quão pequena é a pessoa. Olhou para os pobres e leprosos que eram expulsos da cidade porque eram considerados pecadores, doentes e pobres, pois se acreditava que eram castigados por Deus.
Francisco iniciou um processo de escuta, de diálogo com Deus no silêncio dos campos, com os pobres, com os leprosos, com seus amigos e com o Bispo de Assis... Em meio a tudo isso, ele foi entendendo que o importante era se tornar irmão de todas as criaturas, como fez Jesus de Nazaré. O Crucificado de São Damião confirmou-o nesta busca dizendo: “Vai Francisco e reconstrói a minha Igreja, que está em ruínas”. Quis tornar concreta esta atitude de Deus, de deixar seu “poder e grandeza” e tornar-se pequeno! E teve a feliz ideia de montar o primeiro presépio!
Se contemplarmos a Criação, vemos que Deus preparou um jardim para colocar a humanidade. Espaço lindo, onde todas as criaturas e pessoas criadas tinham vida, viviam em harmonia e eram felizes! Aos poucos, esta realidade foi se distanciando deste sonho de Deus e ELE, em Seu amor, fez-se parte desta humanidade, enviando Seu Filho, em Jesus. Maria de Nazaré aceitou ser a mãe de Jesus e, assim, Ele nos mostrou novamente o Caminho para a FELICIDADE.
O Espírito de Deus veio nos lembrar novamente o CAMINHO DE RETORNO. Era necessário voltar ao CAMINHO para Deus, para a FELICIDADE! Francisco, inspirado pelo Espírito de Deus, queria expressar, de uma maneira concreta, como Jesus veio participar de nossa humanidade. Inventou o presépio.
Como? Onde? Numa pequena cidade da Itália, Greccio, junto com o irmão Iluminado, mais um grande amigo e a comunidade local, foi organizando e montou o presépio entre rochas, num lugar pobre, fora da cidade, numa estrebaria de animais.
Estas características marcam ainda hoje todos os povos...Quem de nós não se emociona diante de um presépio? Reverenciamos profundamente este gesto de Deus em se fazer igual a nós, em nossa humanidade.
“Este gesto é capaz de elevar mentes e comover corações, por fazer compreender que Deus se abaixa, no Seu amor redentor, até a condição humana. Jesus, fonte e sustento da vida, vem como irmão, oferecido à humanidade pelo Pai. A chegada do Menino-Deus concede ao ser humano a oportunidade para trilhar novo rumo, com razões para se investir no amor. Um investimento que redime a humanidade do pecado, perdoando-a e salvando-a. A pobreza do lugar onde Jesus – Filho de Deus – nasce, retratada em cada presépio, desconcerta o ser humano, combatendo o terrível orgulho. Ensina que o despojamento guarda lições essenciais para fazer da vida um dom, levando à adoção da misericórdia como a razão da própria vida.
As lições na escola do presépio são muitas. O céu estrelado e o silêncio da noite fazem pensar na escuridão que envolve a vida. Ao mesmo tempo, permitem reconhecer a luz da presença de Deus, que não abandona o ser humano. O Pai ajuda cada um de Seus filhos a encontrarem respostas para problemas que inquietam o coração. A relação do presépio com as cidades, marcadas pelas contradições e cenários degradantes, pode ajudar muitos a se abrirem ao amor e a melhor enfrentarem situações de exclusão. Jesus é a novidade que renova o mundo de-caído, pois é a única resposta para recuperar o esplendor do amor.
Nas lições transmitidas pelo presépio está o amor aos vulneráreis, que são exemplares no reconhecimento do amor de Deus. O desapego, ensinado na escola do presépio, contribui para que o ser humano resista à ilusão de buscar felicidade no que é efêmero e passageiro”, como nos diz Dom Walmor Oliveira de Azevedo, Arcebispo de Belo Horizonte.
Nosso envolvimento no Natal com certeza é ajudar este mundo a ser um Paraíso, de PAZ e IRMANDADE!
Um Feliz Natal!
IRMÃ TEREZINHA SOTOPIETRA
Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas