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A ESPERANÇA NÃO DECEPCIONA: Jubileu 2025

“Spes non confundit – a Esperança não engana” (Rm 5,5). Sob o sinal forte de Esperança, São Paulo incute coragem no coração da comunidade cristã de Roma. Segundo uma tradição antiga da Igreja, o Papa proclama Jubileu de vinte e cinco em vinte e cinco anos. E a Igreja tem por missão anunciar sempre, em toda a parte e a todos Jesus Cristo, porta de Salvação, a “nossa Esperança” (1 Tm 1, 1).

Todos esperam. Em quem nós esperamos? Nós esperamos no Senhor. Ele é a nossa única e verdadeira Esperança. No coração de cada pessoa encerra-se a Esperança como desejo e expectativa. Muitas vezes estamos desanimados, olhamos a vida com ceticismo e pessimismo, olhamos para o futuro como se nada pudesse proporcionar felicidade. Que o Jubileu seja, para todos, ocasião de reanimar a Esperança! A Palavra de Deus ajuda-nos a encontrar as razões para isso, a Palavra de Deus alimenta e mantém a nossa Esperança.

O Espírito Santo, com a Sua presença perene no caminho da Igreja, irradia nos crentes a luz da Esperança: mantém-na acesa como uma lâmpada que nunca se apaga, para dar apoio e vigor à nossa vida. “Quem poderá separar-nos do amor de Cristo? A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada? (…) Mas em tudo isso saímos mais do que vencedores, graças Àquele que nos amou. Estou convencido de que nem a morte nem a vida, nem os anjos nem os principados, nem o presente nem o futuro, nem as potestades, nem a altura nem o abismo, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, Senhor nosso” (Rm 8, 35.37-39). Escreve Santo Agostinho: “Em qualquer modo de vida, não se pode passar sem estas três propensões da alma: crer, esperar e amar.”

Que a Esperança preencha nossos dias! É a Esperança que o Papa invoca como dom no Jubileu 2025 para um mundo marcado pelo conflito de armas, morte, destruição, ódio contra o próximo, fome, “dívida ecológica” e baixa taxa de natalidade. A Esperança é o bálsamo que o Papa Francisco quer derramar sobre as feridas de uma humanidade oprimida pela “brutalidade da violência” ou que se encontra nas garras de um crescimento exponencial da pobreza. O Papa Francisco espera que “o primeiro sinal de Esperança” do Jubileu “se traduza em paz para o mundo, mais uma vez imerso na tragédia da guerra”.

Sinais de Esperança também devem ser oferecidos aos doentes, que se encontram em casa ou no hospital: “O cuidado para com eles é um hino à dignidade humana”. A Esperança também é necessária para os jovens que, com tanta frequência, “veem desmoronar-se os seus sonhos”. “A ilusão das drogas, o risco da transgressão e a busca do que é passageiro criam nos jovens, mais do que nos outros, confusão e escondem-lhes a beleza e o sentido da vida, fazendo-os escorregar para abismos escuros e impelindo-os a gestos autodestrutivos.”

O Papa pede que as expectativas dos migrantes “não sejam frustradas por preconceitos e isolamentos. A tantos exilados, deslocados e refugiados que, por acontecimentos internacionais controversos, são forçados a fugir de seus países para evitar guerras, violência e discriminação, sejam garantidos a segurança e o acesso ao trabalho e à instrução, instrumentos necessários para a sua inserção no novo contexto social”.

O Papa Francisco não se esquece, na Bula de Proclamação do Jubileu, dos muitos idosos que “experimentam a solidão e o sentimento de abandono”. Também não se esquece dos “bilhões” de pobres a quem “falta o necessário para viver” e que “sofrem a exclusão e a indiferença de muitos”.

Outro convite sincero é dirigido às nações mais ricas para que “reconheçam a gravidade de muitas decisões tomadas e estabeleçam o perdão das dívidas dos países que nunca poderão pagá-las”.

O Papa convida a olhar para o testemunho dos mártires, pertencentes às diversas tradições cristãs, e expressa o desejo de que, durante o Ano Santo, esteja presente o aspecto ecumênico.

O Papa Francisco também se refere ao Sacramento da Penitência e anuncia a continuação do serviço dos Missionários da Misericórdia, estabelecido durante o Jubileu extraordinário. Aos Bispos, pede que os enviem a lugares onde “a Esperança está posta à dura prova, como nas prisões, nos hospitais; que ninguém fique privado da possibilidade de receber o perdão e a consolação de Deus”.

A Esperança encontra, na Mãe de Deus, a sua testemunha mais elevada. Nela vemos como a Esperança não é um passageiro otimismo, mas dom de graça no realismo da vida. Através do jovem Juan Diego, nas aparições da Virgem Maria de Guadalupe, a Mãe de Deus fazia-nos chegar uma revolucionária mensagem de Esperança que, ainda hoje, repete a todos os peregrinos e fiéis: “Porventura não estou aqui Eu, que sou tua Mãe?”

“Confia no Senhor! Sê forte e corajoso, e confia no Senhor.” (Sl 27,14)

Um abençoado Ano Novo a todos, com muita Esperança e alegria neste Ano Santo Jubilar.

 

DOM ADALBERTO DONADELLI JÚNIOR

Bispo Diocesano

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