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Comunidades

Comunidade Santa Isabel

A origem da história de Nova Itália está ligada às primeiras picadas, abertas no mato a golpes de facão pelas famílias italianas LIRA, TOMIO e BÉRTOLI. Essas famílias adentraram as densas matas então chamadas Alto Rio do Sul (hoje Nova Itália), seguindo o curso dos riachos por via Santa Teresa. Essa façanha heroica aconteceu por volta do ano de 1920. Dessas famílias sete se estabeleceram em Nova Itália e duas em Chapadão. Para esses corajosos desbravadores, o primeiro ato foi derrubar a mata, abrir uma clareira, construir um rancho para o abrigo, preparar o terreno para a lavoura. Depois, contruir a casinha, coberta de palha.

No início, os pioneiros tiveram que se contentar com o mínimo, da maior simplicidade possível. Tudo estava sob o signo da dificuldade. Pois construir uma casa no meio do mato não é a mesma coisa que abrir um guarda-chuva.

O nome de Nova itália se deve à terra pátria dos seus antepassados e para homenageá-la, achou-se por bem dar o nome de NOVA ITÁLIA. Essa é a história da origem do nome de Nova Itália.

Depois de terem enfrentado alguns anos muitos desafios de sobrevivência, por volta de 1925 ou 1926, essas famílias venderam suas terras para os imigrantes de origem alemã, provenientes de Rio Fortuna, São Martinho e Vargem do Cedro, de antigas colônias do sul do Estado de Santa Catarina.

Assim, a partir de 1926, a primeira família que veio se estabelecer em Nova Itália foi a família de Henrique Tenfen Filho (1890-1975). No ano seguinte, veio também Henrique (Heinrich) Tenfen (1866-1929), pai de Henrique Tenfen Filho e avô de Albino, Barnardo, Jerônimo ,Leopoldo, Alberto, Maria, Catarina e Ana. Esses faziam parte da família Tenfen. A viagem da família de Henrique Tenfen Filho demorou nove dias. A mudança veio em 30 cargueiros. A família Tenfen era oriunda de Rio Fortuna.

Em 1928 veio para Nova Itália Francisco Eyng. Nesse mesmo ano vieram Huberto Stupp (+ 1951) e seu filho Lino (+ 2000), do Pinehiral para São Martinho (antigo Raso Feio). Em 1929, esses se mudaram para Nova Itália. Nesse mesmo ano, vieram ainda de Rio Fortuna Bernardo Vandresen, e Rudolfo Stüpp, de Pinheiral. Em 1930, imigraram para Nova Itália Leopoldo Preis (de Forquilhinha), Augusto Boing (com a esposa Angelina Rocha) e Benedito Feuser.

Em fevereiro de 1931, veio Artur Stüpp (1907-1997) com claro objetivo de ser professor. Com ele veio também Simão Henrique Vanderlinde, que era um menino de nove anos de idade. Na mesma época veio também a família Voos. Aos 22 de julho desse mesmo ano, numa viagem de treze dias, veio de Vargem do Cedro a família de Antônio Stupp (1883-1969) e Maria Boing (1882-1954).

Por volta de 1932 a 1933, vieram para Coqueiral as famílias de Bernardo Haveroth (pai de Martinho Haveroth, + 1977), de João Schotten e de José Oderdenge. A localidade de Coqueiral era um só mato. Aí as famílias Haveroth e Schotten fizeram o primeiro desmatamento. Era um grande pinheral.

A família de Jacó Hellmann (1895-1992) e Ana Boing (1893-1988) emigrou de Pinheiral para Nova Itália, em 1935. A viagem demorou sete dias e meio para chegar ao seu destino.

Em maio de 1937, vieram de Vargem do Cedro as famílias de Nicolau (1887-1976) e Manoel Selhorst (+ 1967), e no dia 21 de setembro do mesmo ano vieram as famílias de Jacó Schotten (+ 1966) e Conrado Stüpp (1900-1972).

Essas são as famílias pioneiras que se estabeleceram de 1926 a 1937, formando um forte núcleo comunitário de Nova Itália. Neste contexto, é importante ressaltar que essas famílias, principalmente as de São Martinho, de Rio Fortuna e de Vargem do Cedro, falavam o idioma Westfälisch Platt Deutsch. Era esse o idioma que era falado nas famílias, nos encontros familiares e nas celebrações de culto. O culto dominical era celebrado neste idioma. As homilias nas missas eram feitas pelos padres em alemão. O povo em geral confessava em alemão.

As famílias eram bem numerosas, abençoadas por muitos filhos. Em média, essas famílias tinham uns 9 a 10 filhos. Tinha-se um grande conceito e valores morais do matrimônio.

Como sempre, em tempos de migração, de busca de terras e de um futuro para as famílias e seus descendentes o caminho da vitória e da conquista passava pelos desafios, sofrimentos e muitas privações. Tiveram que enfrentar mil e uma dificuldades para organizar sua moradia e subsistência.

Com a chegada dos primeiros moradores, dos pioneiros, vieram outras famílias imigrantes do sul do Estado que se ajuntaram às primeiras e, assim, foram se estabelecendo em novos espaços, nas terras de Coqueiral, de Chapadão e da Barra Seca, formando assim uma grande comunidade com o nome de Nova Itália.

As primeiras famílias de origem alemã que vieram do sul do Estado para a região do Alto Rio do Sul (Nova Itália, Chapadão e Coqueiral) incorporada na comunidade de Santa Isabel, por pouquíssimo tempo, pertenceram à Paróquia Nossa Senhora da Consolata do Rio do Oeste (criada a 17 de abril de 1922), que estava aos cuidados dos padres salesianos e, a partir de 20 de maio de 1927, passaram sob a jurisdição da paróquia São João Batista, também confiada aos padres salesianos.

Nos primeiros nos da vida das famílias recém-chegadas a Nova Itália não tinham ainda sua capela. A reza do terço aos domingos era feita nas casas. O senhor Henrique Tenfen Filho era o capelão, que presidia o culto e a oração do terço. Só a partir de meados do primeiro semestre de 1931, os atos de religião católica passaram a ser celebrados na primeira capela, recém-construída. Era em torno dessa capelinha que as primeiras famílias se encontravam aos domingos e dias festivos para o culto, Andacht e Santa Missa. O povo era assistido pelo padre que, geralmente, vinha de dois em dois meses. A visita do padre demorava uns três dias. Atendia as confissões, fazia paestras catequéticas para as diversas faixas etárias: para crianças, jovens e casados. Após as celebrações das Missas se realizavam os batizados. Nessas visitas, bem no início, eram celebrados os casamentos. Nessas visitas pastorais, o padre atendia também os doentes em casa a pedido da família. Geralmente, era nesta visita que se administrava o saramento da unção dos enfermos, confessando os enfermos e eram confortados pela Eucaristia.

Para a celebração da Primeira Eucaristia havia uma boa preparação catequética, conhecida então por doutrina para a Primeira Comunhão. O primeiro catequista foi Artur Stüpp (+ 1997). Este método pastoral de atender o povo de Deus de Nova Itália foi praticamente exercido até a instalação da Diocese de Rio do Sul (1969).

Quanto ao serviço litúrgico, os dois primeiros coroinhas da comunidade de Nova Itália foram: Lino Stüpp (+ 2000) e Fideles Stüpp (este último tem hoje 92 anos – nascido em 27 de julho de 1919). Mesmo como pessoas adultas, esses homens, por muitos anos, auxiliavam o padre no altar, durante a Santa Missa. Jacó Hellmann foi por muitíssimos anos o sacristão da igreja de Nova Itália.

Os primeiros capelões foram Henrique Tenfen Filho e Artur Stüpp. Além desses, prestaram o serviço de capelão: Paulo Füchter exerceu essa função, por muitos anos, até sua morte. Foi o capelão que teve a mais pela voz, a mais perfeita pronúncia e técnica de leitura que a comunidade de Santa Isabel de Nova Itália conheceu. Ainda nesse mesmo serviço de celebrar o culto dominical, mencionamos os seguintes dirigentes:Rodolfo Stüpp, Jacó Hellmann, Manoel Selhorst, Reinoldo Stüpp, Albino Tenfen e outros.

No culto, nos primeiros anos, era rezado o terço, em seguida era feita a proclamação do Evangelho do domingo no respectivo tempo litúrgico, acompanhado de um comentario de um antgo livro de celebrações no idioma alemão, depois era ainda rezada a ladainha de Nossa Senhora, principalmente durante o mês de maio e a ladainha do Sagrado Coração de Jesus durante o mês de junho e, de acordo com o tempo litúrgico rezava-se mais algumas orações especiais. Em todas as celebrações do culto dominical eram intercalados alguns cantos.

A comunidade de Nova Itália se destacou e tornou-se conhecida pela beleza do canto executado pelo coral. O primeiro coral de Nova Itália foi formado por João Schotten, João Blöhmer, Henrique Stüpp, as irmãs Olívia, Vitória, Albina e Gertrudes Stüpp, José Oderdenge e Fideles Stüpp. O primeiro maestro foi João Schotten. A partir de 1937, o maestro do coral da comunidade de Santa Isabel de Nova Itália foi Conrado Stüpp, que ficou até 1968. O coral era acompanhado ao som do violino do falecido Conrado Stüpp, e, muitas vezes, de um harmônico. Os cantos eram executados a quatro vozes. Seu sucessor foi Ambrósio Selhorst (2009) e hoje quem responde pelo canto é Augustinho Stüpp.

Na falta de padre, esses dirigentes presidiam os funerais, como a encomendação e o enterro dos falecidos.

Os primeiros líderes, que estiveram à frente nos momentos mais importantes nos primórdios da comunidade eram Henruique Tenfen Filho, Artur Stüpp, Antônio Stüpp e outros.

Reportando à tradição do povo de Vargem do Cedro e de outros núcleos coloniais do Vle Capivari, de onde vieram os primeiros moradores, esses sempre se caracterizaram por sua organização religiosa, social, comunitária em torno da vida da Igreja.

Este mesmo espírito religioso profundamente enraizado nos pioneiros de Nova Itália levou-os à necessidade de construir uma capela. Assim, Henrique Tenfen Filho e Artur Stüpp (recém-chegado de Vargem do Cedro) lideram e, com a colaboração das demais famílias Stüpp e Boing recém-vndas, começaram a construir a primeira capela durante o primeiro semestre de 1931. Esta capela foi construída durante o primeiro semestre antes de 22 de julho, porque quando veio a família de Antônio Stüpp, segundo o depoimento de Fideles (filho de Antônio Stüpp, ele era um menino de 12 anos incimpletos), a capela já estava construída. Era toda de madeira. Ela se localizava exatamente onde se encontra hoje a casa de negócios de Vitorino Selhorst. A pequena capela estava ainda rodeada de tocos de árvores, pois o mato tinha sido derrubado há pouco tempo. Além das informações sobre a primeira capela, é importante como ado histórico ressaltar que o primeiro sino de Nova Itália foi adquirido em 1937. É o mesmo sino que existe até hoje.

A primeira diretoria, ou a primeira equipe de fabriqueiros da Comunidade de Nova Itália era formada dos seguintes membros: Henrique Tenfen Filho (Presidente), Antônio Stüpp (Secretário) e Benedito Feuser (Tesoureiro).

No projeto da construção da capela de Nova Itália estava também vinculado à ideia da instalação da primeira escola da comunidade. Pois uma das grandes preoupações dos primeiros imigrantes foi sempre a escolarização de seus filhos. Por isso, desde o início da formação da comunidade, juntamente com a construção da oprimeira igreja, estava presente o propósito da escola. Para eles, a escola era uma instituição imprescindível para a educação religiosa, cultural e cívica de seus filhos.

Assim, para a instalação da primeira escola foi usado o espaço físico da primeira capela, construída em 1931. O primeiro professor de Nova Itália foi Artur Stüpp. As primeiras aulas foram administradas no dia 1° de fevereiro de 1933. Foram matriculados 26 alunos nas primeiras séries. Entre os alunos da 2ª série estavam Fidelis, Rodolfo Stüpp (futuro professor da comunidade) e Agnes Preis. O nome da primeira instituição educativa era Escola Particular Subvencionada de Nova Itália.

Depois de alguns anos, esta escola passou a receber diversas denominações. Em 1938, foi chamada de Escola Mista Municipal de Rio do Sul. E em 1951, passou a ser chamada de Escola Isolada Estadual de Nova Itália.

Artur Stüpp lecionou nessa escola até o final de 1940. No ano seguinte, a escola ficou registrada no nome de Olívia Stüpp, que lecionou até 1948.

Na década de 1940, a media de alnos matriculados de 1ª a 4ª séries do primário variava entre 70 a 80 alunos. Porque as crianças em idade escolar de Nova Itália, Coqueiral, Areado, Chapadão de Nova Itália, como ainda uma parte de Santa Teresa e Águas Negras, vinham para essa escola.

Em 1941, Rodolfo Süpp começou a sua vida de magistério, como auxiliar de Olívia Stüpp. No ano seguinte, já formado, passou a ser professor regente.

Em 1951, dona Lorena Stüpp, esposa de Rodolfo Stüpp, foi nomeada professora auxiliar da Escola de Nova Itália. Ela lecionou até 1973.

O professor Rodolfo Stüpp exerceu brilhantemente o magistério durante 31 anos (1941-1972). Durante todos esses anos, matricularam-se na 1ª série 706 alunos e mais de 80 alunos vieram de outras classes por transferência.

Além do ensino, o emérito professor Rodolfo Stüpp foi também catequista, ministro da Sagrada Comunhão, das exéquias e ministro de culto dominical.

Na vida política, Rodolfo Stüpp foi vereador na primeira legislatura no município de Aurora, em 1965. Mais tarde, em 1972, foi eleito prefeito e em 1988 exerceu a função de vice.

Em 1986 mudou-se para Aurora. Aí continuou exercendo funções pastorais de animação da comunidade. Ele veio a falecer no dia 17 de abril de 2010. Está sepultado no cemitério da Comunidade de Aurora.

O povo de Nova Itália deve um grande preito de gratidão ao professor Rodolfo Stüpp como educador, formador e líder religioso. Uma grande parte das gerações de Nova Itália teve na pessoa de Rodolfo o seu professor. Destacou-se como homem de bom senso, grande conciliador e promotor dos valores espirituais, sociais, cívicos e bem-estar político da comunidade de Nova Itália.

Ressaltamos o registro da construção de mais duas capelas na comunidade de Nova Itália. Uma vez que a primeira capela já não comportava as necessidades do povo, após um longo planejamento e decisão da comunidade, em 1942 começou o mutirão para a fabricação de tijolos. A olaria era da própria comunidade. Esta ficava onde morava Ambrósio Selhorst (+ 2009). Entre os fabricantes de tijolos estavam Martinho Haveroth (+ 1977) e Conrado Stüpp. No dia 19 de novembro de 1945 foi lançada a pedra fundamental da segunda capela, em honra de Santa Isabel. Os fabriqueiros que coordenaram a construção da segunda capela foram os seguintes: Antônio Stüpp, Henrique Tenfen Filho, Jacó Hellmann, Conrado Stüpp e Benedito Feuser. Para o andamento dessa obra, foram promovidas diversas festas, campanhas em forma de prestação de serviço, doação de produtos para ser leiloada.

Assim, no dia 17 de novemrbo de 1947, a capela foi inaugurada solenemente com a Santa Missa, presidida por Dom Pio Freitas Silveira (1° Bispo da Diocese de Joinville, de 1929-1955).

Após 44 anos da inauguração e de serviço litúrgico da segunda capela de Nova Itália, sendo esta já pequena para acolher o povo daquela época, a comunidade mais uma vez sentiu a necessidade de construir uma nova igreja, uma nova capela.

A construção da terceira e da atual capela foi iniciada em abril de 1991. Durante a construção, estiveram empenhadas duas diretorias. Participaram da primeira diretoria os seguintes senhores: Ancelmo Haveroth, José Selhorst, Aldo Tenfen, Maurino Wiggers, Lauri Grahj, Ângelo de Melo, Ângelo Pessente, José Hellmann e Reinaldo Hellemann.

A segunda diretoria foi integrada por Augustinho Schmitt, Valdemir da Rosa, Adoli Backes, Artur Vandresen, Vitorino Selhorst, Ivo Schotten, Osmar Selhorst, Justino Stüpp, Valmir Grahl e Ireno Hoffmann (+ 2000).

Após quatro anos de trabalho e colaboração da comunidade, a atual igreja foi concluída a 9 de setembro de 1994.

Em 19 de junho de 1968 foi criada a comunidade de São José Operário do Chapadão de Nova Itália, desmembrando-se da comunidade mãe de Santa Isabel de Nova Itália. A comunidade do Chapadão foi criada por iniciativa de Padre Pedro Heisel. Hoje, há aí uma bela igreja. Era formada por 54 famílias.

A partir do dia 4 de março de 1979, com a criação da Paróquia São José Operário, Rua XV, de Rio do Sul, com o primeiro pároco José Francisco Krug, a comunidade de Santa Isabel passou a ser pastoralmente atendida pelo clero diocesano.

Em agosto de 1987 ocorreu outro desmembramento, com a criaçã da comunidade do Cristo Ressuscitado de Coqueiral. A comunidade contava, então, com 34 famílias.

Não obstante com esses desmembramentos, segundo os dados estatísticos de 1997, a comunidade de Santa Isabel de Nova Itália tinha então 104 famílias assim distribuídas: 218 pessoas adultas, 95 jovens e 95 crianças, perfazendo um total de 408 pessoas. Entre essas 408 pessoas, 64 eram estudantes, que entre 6 a 16 anos de idade (essa pesquisa foi em 1997 por Lauro Schmitt, + 2006).

Quando foi construída a primeira capela em 1931, a principiante comunidade era formada em de torno de 12 famílias Todas eram bem numerosas, na média de 9 a 10 filhos.

De acordo com o depoimento de Fidelis Stüpp (entrevistado no dia 17 de janeiro de 2011), a ideia da escolha do nome da padroeira surgiu por consenso pelo nome das esposas dos principais líderes da época, dos seguintes senhores: Henrique Tenfen Filho (esposa Isabel), Bernardo Vandresen (esposa Isabel) e Conrado Stüpp (esposa Isabel). Portanto, as esposas desses líderes tinham o nome de Isabel.

A imagem de Santa Isabel é a mesma que existe hoje. Há pouco tempo, essa imagem foi restaurada. A Igreja lembra a memória litúrgica de Santa Isabel da Hungria no dia 17 de novembro. Nos primeiros tempos de Nova Itália, a padroeira era sempre festejada no mesmo dia da memória litúrgica da santa. Era um verdadeiro dia santo de guarda, independente do dia da semana que ocorresse o dia litúrgico da memória.

Por pouqíssimo tempo, as primeiras famílias de Nova Itália pertenceram à Paróquia Nossa Senhora da Consolata do Rio do Oeste (criada a 17 de abril de 1922). A partir de 20 de maio de 1927, a comunidade de Santa Isabel de Nova Itália passou a pertencer à paróquia São João Batista, de Rio do Sul e, que desde 1912 como capela de São João Batista já era assistida pelos padres salesianos.

Quanto ao nome do padre que celebrou a primeira Missa em Nova Itália, a comunidade não lembra.

Mas entre os padres que o povo de Nova Itália se lembra desde o tempo da primeira capela é o Pe. Paulo Hesse. Esse foi o rpimerio pároco da paróquia São João Batista, de Rio do Sul. São lembrados pelo povo de Nova Itália os nomes dos padres João Weiss (3° pároco de Rio do Sul), José Joiermann, Francisco Späth, Adolfo Roel, João Grabel, Pedro Heisel, Vítor Vicenzi (5° pároco), Daniel Feder e Vítor Boni. Os padres que mais marcaram a memória do povo de Nova Itália pela presença e pela dedicação foram Francisco Späth e Pedro Heisel. Esses padres exerceram sua atividade pastoral antes da criação da paróquia São José Operário – Rua XV, de Ro do Sul.

Quando foi feita a proposta do ministério extraordinário da Sagrada Comunhão, a maioria votou a favor. O povo considerou uma grande graça e privilégio de poder ter a presença real de Cristo na Eucaristia na sua capela e assim usufruir desse dom da Sagrada Comunhão nas celebrações dominicais presididas pelos ministros do culto.

Os dois primeiros ministros da Sagrada Comunhão da comunidade de Santa Isabel foram o professor Rodolfo Stüpp (+ 2010) e Rafael Hellmann (2003). Quanto à data exata da instituição desses ministros só é possível com a consulta do Livro Tombo da Paróquia.

A atividade primária, predominante na época dessas famílias era a lavoura. Desde o começo, esteve baseada na pequena propriedade familiar. A família inteira trabalhava; todos estavam envolvidos, podiam ser crianças, jovens, homens e mulheres. O trabalho tinha uma verdadeira função social, comunitária, educadora e formadora para valores  morais, de cidadania e sobrevivência.

Todo o trabalho e a economia eram baseados na produção de mandioca, da batatinha, do arroz e o cultivo do milho em função da criação e engorda do porco.

Há cinquenta anos foi introduzida na comunidade de Nova Itália a plantação de fumo. Os dois primeiros plantadores de tabaco foram Henrique Tenfen Filho e Leopoldo Tenfen. O cultivo de fumo foi muito importante para a sobrevivência da maioria das famílias de Nova Itália e das regiões vizinhas,. Ainda hoje prevalece em primeiro lugar o cultivo do fumo, depois vem a cebola, a melancia e o milho.

Entre os grandes valores (costumes e tradição) vividos por essas famílias era a hospitalidade, o sendo de parentesco, a alegria da acolhida e das visitas mútuas entre os parentes. Era uma verdadeira festa poder receber visitas de parentes e ter notícias dos mesmos que ficaram em suas terras de origem. A presença alegre nos acontecimentos da família, nos nascimentos, nos aniversários e casamentos. Grande presença solidária nos enterros de parentes, dos membros dos familiares e da comunidade.

Quanto aos hábitos alimentares, o alimento básico era o pão de milho, o feijão, o aipim, a batatinha e arroz. O consumo de carne era o charque, carne seca. A carne de galinha era consumida só nos dias mais solenes. O pão de trigo só existia nas festas de Páscoa, de Natal e em eventos muito especiais.

Naquela época não havia geladeiras e freezers para a conservação dos alimentos. A carne bovina era secada ao sol, conhecido por charque, com o compromisso de expor de vez em quando ao sol, pois era um excelente modo de conservar a carne para o consumo. A carne de porco era frita e sepois guardada com banha em latas.

No início, casas eram todas construídas de madeira, até o próprio telhado era de tabuinha de madeira de pinho. Geralmente, em redor das casas havia muitos tocos de árvores derrubadas, caroços ou nós de pinho e muita madeira de mato esparramado pelos pastos e pelas roças. Perto das casas eram construídos os paióis para guardar o trato dos animais, o maquinário, os ranchos e as estrebarias para o abrigo das vacas e os chiqueiros de porcos. O serviço de preparar o trato para os aimais era feito manual, a facão. Pois não havia ainda energia elétrica para mover o maquinário. Não havia naquela época a luz elétrica, para iluminação doméstica, para isso era usada luz de querosene. Com o passar dos anos foi introduzida a luz a gás nas casas e a luz elétrica (gerada pelo sistema dinamoelétrica). O primeiro que utilizou energia elétrica em Nova Itália e localidades vizinhas, com a implantação pela ERUSC (Energia Rural de Santa Catarina). Era assim que as famílias imigrantes até a vinda da energia elétrica viviam em suas casas, de forma simples e precária, sem usufruir os benefícios da tecnologia moderna, tão presente na vida da cidade.

Em Nova Itália, as primeiras casas de alvenaria pertenciam às famílias de Antônio Stüpp e de Nocolau Selhorst.

Mas com o decorrer do tempo, o poder aquisitivo dos colonos foi crescendo e o progresso levou para o inteior a energia elétrica, que as famílias puderam começar a construir melhor suas moradis, casas de alvenaria, com instalações sanitárias, banheiros e chuveiros, proporcionando assim maus conforto e bem-estar humano.

Este progresso, de certa maneira veio muito rápido. Pois o povo não estava ainda preparado para lidar com os meios de comunicação moderna e social. Para isto basta só observar como hoje a televisão, o telefone, o celular veio fazer parte da vida normal dos colonos. O que era para os antigos um sonho quase impossível, hoje é uma realidade.

Os primeiros meios de transporte eram os próprios animais, que traziam em seus lombos as pesadas cargas, o cargueiro. Foi assim que veio de mudança a família de Henrique Tenfen em 30 cargueiros. Raramente alguém tinha uma carroça. Bem no início, só as pessoas de certa posse tinham condições de ter uma carroça. A primeira carroça puxada por quatro cavalos veio de Vargem do Cedro, quando veio a família de Antônio Stüpp para Nova Itália, em 1931.

Outros meios mais comuns eram os carros de boi. Balsas e canoas eram utilizadas para a travessia dos rios, quando iam para Santa Teresa, Ituporanga (Então Salto Grande, por pouco tempo teve ainda o nome de Generosópolis) e Aurora. Os dois primeiroscaminhões foram adquiridos por João Schotten e Martinho Haveoth. O primeiro jipe introduzido em Nova Itália foi comprado por Valter Preis.

A primeira estrada que dava o acesso para Nova Itália vinha por Águas Negras. Foi construída a braço pelos próprios colonos. A manutençao dessas estradas era feita por eles. Cada família estava encarregada de fazer a manutenção de um trecho. Só bem mais tarde foi feito o acesso por Chapadão de Nova Itália e por Santa Teresa.

A produção era levada de bruaca, de carro de boi e carroça para Ituporanga, Atalanta (antiga Serra do Pitoco), Mosquitinho e Rio do Sul.

Nos primeiros tempos da vida do povo de Nova Itália, a festa da padroeira era sempre celebrada no dia da memória litúrgica. A padroeira era homenageada com uma missa solene, cantada a quatro vozes em latim e, na pregação, era sempre feita uma bela exaltação à Santa. Era um verdadeiro dia santo de guarda. Para tanto era pedido às famílias da comunidade prendas, donativos, e tudo o que o povo podia ofertar. Tudo isto era usado na preparação da comida para dia da festa. Os outros donativos eram leiloados. Não havia despesas com a festa. Tudo era lucro.

Havia, também, na festa, o serviço da bebida, cerveja, cerveja doce, refrigerantes e capilé. A bebida era guardada em bom estado e fresco num depósito subterrâneo, porão cavado no chão, no subsolo.

Na festa da padroeira nunca podia faltar a música e muita cantoria. Os instrumentos musicais da época eram a sanfona, a gaitae o bandônio (espécie de acordeão quadrado, com mecanismo e teclado parecidos). O povo de Nova Itália era conhecido como povo que cantava muito nas festas de igreja. Geralmente, pela meia tarde, havia um pequeno baile para os casais e juventude.

Para as famílias que sempre viveram a realidade do interior e estiveram ocupadas com o trabalho da lavoura, a vida da sociedade moderno-urbana era um sonho muito distante. Não se tinha a mínima ideia do que vinha a ser o mundo da cidade. Não se tinha a noção da cultura da cidade e da tecnologia. Para o mundo rural, quando se precisava fazer alguma atividade noturna era sempre o uso da luz de querosene. Luz elétrica, nem pensar. Tudo era tão modesto e simples. Não se pensava na possibilidade de um modo novo de trabalhar, diferente do tradicional.

Mas os costumes mudara, a mentalidade evoluiu. O progresso, a modernidade e as suas incríveis invenções tecnológicas, chegaram, também, ao mundo rural, ao mundo do trabalho do agricultor. A tecnologia e a nova maneira de organizar o trabalho, e mesmo na vida doméstica, mudaram assustadoramente para o lado da facilidade. Assim, aos poucos, a luz de querosene e a luz a gás foram substituídas pela luz elétrica, em vez dos velhos armários de gurarda-comida vieram as geladeiras, em vez dos tanques de lavar roupa vieram as modernas máquinas de lavar roupa, em vez das vagarosas carroças, carros de mola, carruagens e charretes apareceram os carros e automóveis substitundo bas estradas os antigos carros de boi, antigas carroças puxadas pelos cavalos e os micro-tratores.

O progresso veio bater às portas do povo de Nova Itália. Hoje, o rádio, a televisão, o telefone, o celular fazem parte da vida normal. O que era para os antigos um sonho, hoje é uma realidade.

Mas toda essa facilidade traz, tambpem, um grande risco que pode levar a perda dos grandes valores religiosos e morais da fé cristã. Pois tudo isso veio tão rápido que a própria Igreja e o povo ainda na sua cultura rural e tradiucional não tiveram tempo para tomar consciência e se preparar para viver os novos tempos.

A evolução do pensamento independente de Deus, da religião, da fé, da revelaão e dos valores morais, levou a sociedade a uma mentalidade mais distante de Deus, ao secularismo.

Também o povo de Nova Itália sofreu esse impacto na vida da fé. Por muitos, os domingos não são observados segundo a fé cristã. Os sacramentos não são sempre assumidos e vividos, também os compromissos do matrimînio. O povo de Nova Itália que, em tempos idos, tinham um grande apreço pela religião e pela fé, percebe hoje que o materialismo, a ganância de ter cada vez mais está levando para um individualismo, que dá pouco espaço para Deus e para o Próximo.

Diante de tudo isso, não se deve desanimar. Para tudo há sempre uma possível saída. Para isso é preciso distinguir o que há de bom na modernidade e nos tempos novos com profundo senso de discernimento dos valores espirituais, passando pela escuta da Palavra de Deus e fazer da comunidade o verdadeiro lugar de encontro com Deus e com o próximo.

O primeiro jovem que foi ao seminário em Nova Itália foi Albino Tenfen (1919-2005), na década de 1930. Esteve no seminário de Corupá (SC).

O segundo jovem que foi estudar para ser padre, na década de 1930, foi Paulo Füchter (1919-1967), que, por muitos anos, serviu a comunidade de Nova Itália como excelente dirigente do culto dominical.

O terceiro mais antigo seminarista foi Antônio Nürnberg, que esteve no seminário salesiano, na década de 1950.

Depois desses, a partir de 1956, diversos jovens foram para o Seminário. O despertar vocacional desses jovens, em parte, foi graças a Dom Tito Buss (primeiro bispo de Rio do Sul e hoje Bispo Emérito), que, como padre e reitor do Seminário de Ribeirão Grande (que a partir de 1960 passou a ser chamada Salete) visitou a comunidade de Nova itália num dia da semana, e nesta visita celebrou a Santa Missa e falou sobre a vocação.

Foi a partir desta época que diversos filhos das famílias de Nova OItália foram para o Seminário. Entre os quais mencionamos alguns, como o filho de Reinoldo Stüpp, de Rudolfo Stüpp, quatro da família de Antônio Stüpp (+ 1990), três da família de João Eliciem (+ 1989), dois da família de Sebastião Selhorst (+ 2001), um da família de Valter Preis e outros. O desejo de ser padre levou mais de 25 jovens para o seminário.

“Como depoimento (Pe. José Francisco Schmitt, scj), posso dizer que sou um dos jovens que foi para o seminário em 1957, no Seminário Diocesano de Ribeirão Grande, em 1957. Lá estudei até o final do ano de 1958. A partir de 1959 passei a estudar no Semináio da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus (dehoniano), de Corupá, para ser padre religioso. Fui ordenado aos 11 de dezembro de 1971, na comunidade Santa Isabel de Nova Itália, município de Aurora. A maior parte da minha vida de religioso e de padre (quase durante 25 anos) exerci o ministério de professor e formador no Convento Sagrado Coração de Jesus, em Taubaté (SP). No dia 11 de dezembro de 2011 estarei completando 40 anos de vida sacerdotal.Posso, com muita alegria, testemunhar que todos esses anos de vida de seminário, fora para mim, uma grande graça de poder ter tido a oportunidade de estudar, e a infinita bondade de Deus atravpes da Igreja me ter feito um religioso e padre para servir o povo de Deus. Tudo isso devo sempre a Deus, à minha família, aos parentes, aos seminários, aos fomradores e à comunidade de Nova Itália.”

Desses vinte e três jovens, quatro se ordenaram padres, dois continuam no ministério sacerdotal: Pe. José Francisco Schmitt (scj) e Pe. João Selhorst (scj).

Pela nossa pesquisa, quatro moças da Comunidade de Nova Itália foram para o convento. Entre as quais, uma pertence à família de Reinoldo  Stüpp, a segunda pertence à família e Bertoldo Sibelli, a terceira à família de Simão Vanderlinde, a quarta à família de Valter Preis.

Dessas quatro jovens que entraram no concvento, segungo as informações, uma perseverou, continua sendo religiosa, a filha de Bertoldo Sibelli, a Irmã Lourdes.

Em tempos passados, muitas famílias durante o mês de maio, em honra de Nossa Senhora, faziam a novena em casas. Iam de uma casa para outra em procissão com a imagem de Nossa Senhora, rezando e cantando hinos marianos. As pessoas traziam de suas casas alguns donativos, geralmente bolos. Após a celebração eram rematados em leilão. Era um momento de festa. Isto aconteceu durante muitos anos. Atualmente se faz a novena em preparação do Natal. Está havendo uma tentativa de vingar a prática dos Grupos de Reflexão.

O terreno do cemitério foi doado pelo falecido Antônio Stupp. Com o tempo foi trazido para mais perto, onde está hoje. Para isso, foram exumados os corpos do primeiro local e sepultados no atul.

Segundo o testemunho dos mais idosos, principalmente de Fidelis Stüpp, o primeiro a ser sepultado no cemitério de Nova Itália foi Heinrich Tenfen (1866-12.06.1929).

Depois foram sepultados: Belino Schmöller (1936-1937), uma criança de um ano de vida; Ana Eyng (1975-1937), esposa de Frederico Oderdenge; Frederico Oderdenge (1864-1941); Francisco Eyng (12.4.1941).

Depois da vida da Igreja, da escola e do trabalho, o espaço mais importante da comunidade de Nova Itália foi o futebol. O futebol foi sempre a grande paixão do povo de Nova Itália. O mais interessante de tudo isso era que esses colonos, durante toda a semana, atarefados e absorvidos na lavoura e, aos sábados e aos domingos à tarde, todos estavam em plena forma e garra para jogar futebol.

O primeiro campo de futebol foi improvisado no pasto de Jerônimo Schotten e sempre que aconteciam os jogos toda a comunidade se fazia presente, com torcidas organizadas, com a alegre e festiva presença da juventude e das mulheres.

Nos primeiros tempos, o transporte dos jogadores e da torcida era feito de carroça e montaria. Só bem mais tarde a equipe e a torcida começaram a ser transportados com o caminhão de João Schotten.

A equipe de Serra Acima de Futebol Clube de Nova Itália mantinha o título de campeão por anos consecutivos, sem perder uma partida. O futebol fez Nova Itália ser conhecida por todo o Alto Vale do Rio Sul.

De certa forma, hoje continua a paixão pelo futebol. Razão porque a comunidade mantém o time de Serra Acima, conta com um Centro Educacional, ginásio de esportes, salão de festa.

No setor do comércio, a comunidade de Nova Itália foi servida pelas casas de negócio, armazéns (vendas ou botequins). A história de Nova Itália pode mencionar todas elas: João Blöhmer, Bernardo Vandresen, João Schotten, Artur Stüpp, Henrique Tenfen, Leopoldo Feliciano, Evaldo Selhorst, Reinoldo Stüpp, Benedito Feuser, Rafael Schotten, Otmar Selhorst, Donísio Nürnberg, Sérgio Grahl e Vitorino Selhorst.

Para a juventude, a comunidade programa tardes dançantes. O futebol continua sendo um espaço importante de lazer para a comunidade.

Para as pessoas de idade, a comunidade tem o Grupo da Terceira Idade, graças ao trabalho de Lauro Leonardo Schmitt (+ 2006), que foi catequista, ministro da Sagrada Comunhão e como coordenador geral da Comunidade de Snta Isabel implantou essa pastoral em 1997.

Três fatos religiosos que marcaram a vida da comunidade: as ordenações sacerdotais dos padres José Francisco Schmitt (1971), Geraldo Hillesheim (1981) e João Selhorst (1983).

Outro acontecimento marcante foram as missões populares diocesanas de 1999, por ocasião da “Celebração dos 2000 anos da Encarnação de Jesus Cristo, o Filho de Deus”.

 

Dia do Santo Padroeiro

17 de novembro

 

Endereço

Nova Itália

Aurora/SC

CEP 89.186-000

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