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SALMO 118 (117) | Solene Ação de Graças

1Agradeçam a Deus, porque ele é bom, porque o seu amor é para sempre!

2A casa de Israel repita: o seu amor é para sempre!

3A casa de Aarão repita: o seu amor é para sempre!

4Os que temem a Deus repitam: o seu amor é para sempre!

5Na minha angústia, eu gritei pelo Senhor: ele me ouviu e me aliviou.

6O Senhor está comigo: jamais temerei! O que o homem me poderia fazer?

7O Senhor está comigo, ele me ajuda: eu verei a derrota dos meus inimigos!

8É melhor refugiar-se no Senhor do que depositar confiança no homem.

9É melhor refugiar-se no Senhor do que depositar confiança nos chefes.

10As nações todas me cercaram: em nome do Senhor, eu as rechacei!

[...]

20Esta é a porta do Senhor: os vencedores entrarão por ela.

21Eu te agradeço, porque me ouviste, e foste a minha salvação!

22A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se agora a pedra angular.

23Isso vem do Senhor, e é maravilha aos nossos olhos.

24Este é o dia em que o Senhor agiu: exultemos e alegremo-nos com ele.

25Senhor, dá-nos a salvação! Dá-nos a prosperidade, Senhor!

26Bendito o que vem em nome do Senhor! Desde a casa do Senhor nós abençoamos vocês.

27O Senhor é Deus: ele nos ilumina! Formem procissão com ramos até os ângulos do altar.

28Tu és o meu Deus, eu te agradeço. Meu Deus, eu te exalto!

29Agradeçam ao Senhor, porque ele é bom, porque o seu amor é para sempre!

 

COMO ESTÁ ORGANIZADO

 

Há várias formas de mostrar como se organiza este salmo. Aquela que propomos supõe o povo reunido (talvez no Templo de Jerusalém) para agradecer. Podemos imaginar uma pessoa falando em nome de todos, e o povo, dividido em grupos, aclamando com refrões. Dessa forma, percebemos, no salmo, uma introdução (vv. 1-4), um corpo (vv. 5-28, dividido em dois momentos: vv. 5-18 e 19-28) e uma conclusão (v. 29), idêntica ao versículo 1.

A introdução (vv. 1-4) inicia-se pedindo ao povo que agradeça a bondade e o amor eternos do Senhor (v. 1; compare com a conclusão, v. 29). A seguir, a pessoa que representa o povo se dirige a três grupos diferentes (os mesmos do Salmo 115,9-11), a fim de que, um de cada vez, repitam “o seu amor é para sempre!”. Esses três grupos representam a totalidade do povo: casa de Israel, casa de Aarão (sacerdotes, funcionários do Templo) e tementes (vv. 2-4). O povo está unido numa só convicção: o amor de Deus jamais se esgota.

O primeiro momento do corpo (vv. 5-18) também apresenta intervenções do salmista intercaladas com aclamações de todo o povo. Ele fala do conflito enfrentado (vv. 6-7): a ação do Senhor encheu o povo de confiança que não se abala. A resposta do povo vem a seguir (vv. 8-9), confirmando que o Senhor não trai a confiança de quem se refugia nele. O salmista torna a descrever o conflito enfrentado (vv. 10-14 – omitidos em nosso texto, devido ao espaço). A situação foi se tornando sempre mais dramática. Os inimigos são comparados a vespas atacando e ao fogo ardendo no espinheiro seco (v. 12). Mas o Senhor foi socorro e salvação. O povo intervém (vv. 15-16), mostrando sua alegria, e faz três elogios à direita do Senhor, à sua mão forte e libertadora. O salmista volta a falar, não mais do perigo, mas da certeza que cerca o povo após a superação do perigo (vv. 17-18): fala de vida dedicada a narrar as obras de Deus.

No segundo momento do corpo (vv. 19-28) temos traços de um rito à entrada do Templo. Supõe-se que o salmista e os vários grupos se encontrassem aí desde o início do salmo. Ele pede para que abram as portas do triunfo (do Templo), a fim de agradecer (v. 19). Alguém da casa de Aarão (sacerdote) responde, apontando para a porta (provavelmente aberta nesse momento). É a porta pela qual entram os vencedores (v. 20). O salmista começa sua ação de graças (vv. 21-24): em nome do povo agradece a salvação e a inversão de sortes. A imagem da pedra angular (vv. 22-23) é tirada das construções em arco. A pedra no alto do arco é aquela que sustenta toda a construção. O dia da vitória é chamado de dia em que o Senhor agiu (v. 24). O povo responde, pedindo a salvação, que se traduz em prosperidade (v. 25). Os sacerdotes (descendentes de Aarão) abençoam o povo (v. 26), pedindo que se organize em filas para a procissão até o altar (v. 27). O salmista intervém pela última vez, agradecendo e exaltando a Deus (v. 28).

 

REZAR O SALMO 118

 

A liturgia nos estimula a rezá-lo no Tempo Pascal, à luz da morte e ressurreição de Jesus. É bom rezá-lo juntos, agradecendo as “maravilhas” que Deus operou e continua operando no meio de nós; quando celebramos as duras conquistas do povo e dos grupos populares...

Outros salmos de ação de graças coletiva: 65; 66; 67; 68; 124.

 

PE. OSMAR DEBATIN

Doutor em Bíblia

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