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SALMO 117 (116) | Deus é o nosso aliado

1Louvem o Senhor, nações todas,

e o glorifiquem todos os povos!

2Pois o seu amor por nós é firme,

e sua fidelidade é para sempre!

Aleluia!

 

COMO ESTÁ ORGANIZADO

 

O salmo 117 é o menor de todos os salmos e é um hino de louvor.  Este breve salmo contém dois elementos fundamentais dos hinos de louvor, que são a introdução e o corpo. Normalmente, a introdução é composta do convite ao louvor. Esse convite pode ser dirigido à própria pessoa (geralmente à “alma” de quem criou o salmo), aos outros, ao povo, ao mundo inteiro. Após o convite, aparece o motivo. Em muitos salmos, como no caso deste, o motivo inicia-se com um “pois” ou “porque”. Seguem-se as ações do Senhor que merecem ser louvadas, suas intervenções na vida e na história do povo.

Com base nisso, notam-se, no Salmo 117, uma introdução (v. 1) e um corpo (v. 2), iniciando com “pois”. Se quisermos, o aleluia final serve de conclusão. Teríamos, dessa forma, um hino de louvor com todos os elementos próprios desse tipo de salmo.

Há detalhes interessantes na organização desse texto. Olhando as duas frases que compõem o primeiro versículo, percebemos que são bastante semelhantes quanto ao conteúdo. É um recurso próprio da poesia hebraica, chamado paralelismo. O recurso do paralelismo tem diversas variantes: as duas linhas em alguns casos são muito parecidas; às vezes, uma completa a outra; e, às vezes, uma nega ou contradiz a outra. Nos dois casos do Salmo 117, o segundo pensamento é muito parecido com o primeiro. Em outras palavras, no versículo 1 temos os seguintes pares ou casais: “louvem” + “glorifiquem”, “nações todas” + “todos os povos”; Deus é louvado na primeira frase e glorificado na segunda.

Também no corpo (v. 2) encontramos pares ou casais: “amor” + “fidelidade”, “firme” + “para sempre”. Deus é explicitamente citado no começo (v. 1a) e no fim do salmo (v. 2b).

A introdução (v. 1) faz um convite ao louvor. Todos os povos e nações são convidados a louvar e glorificar o Senhor. O motivo (v. 2), contudo, não é universal, mas restrito ao povo de Deus: o amor e a fidelidade ao Senhor por Israel são firmes e duram para sempre. Não se diz se o Senhor ama também outros povos.

 

O ROSTO DE DEUS

 

Deus é citado no começo (v. 1a) e no fim do salmo (v. 2b), e é apresentado como o aliado de Israel. Ele se comprometeu com amor fiel, firme e perpétuo. Aceitando o convite ao louvor feito por Israel, os povos e nações descobrem o rosto de Deus e farão também eles a experiência de um Deus que ama fielmente e para sempre. Não chegarão a isso porque o louvor de Israel seja perfeito, ou porque o povo de Deus seja melhor do que os outros. Descobrirão Deus naquilo que Israel confessa como fruto de experiência histórica: nosso Deus caminha conosco, é nosso aliado, aquele que nos ama com fidelidade extrema.

 

REZAR O SALMO 117

 

O salmo 117 serve para ser rezado nos momentos já apontados nos outros hinos de louvor. Destaca-se aqui a dimensão ecumênica. É importante rezá-lo percebendo como se manifestam, em nossa história, o amor e a fidelidade de Deus...

Outros salmos que são hinos de louvor: 8; 19; 29; 33; 100; 103; 104; (105); 111; 113; 114; 135; 136; 145; 146; 147; 148; 149; 150.

 

PE. OSMAR DEBATIN

Doutor em Bíblia

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