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Queridos catequistas, irmãos e irmãs no serviço do Reino, é uma alegria e uma grande responsabilidade refletirmos juntos sobre a essência de nossa vocação: a presença de Deus e a centralidade da oração em nossa vida como Catequistas. Muitas vezes, em meio às demandas do dia a dia, à preparação dos encontros e à busca por metodologias eficazes, podemos correr o risco de desviar o olhar do que é mais fundamental, da fonte inesgotável que nos sustenta e nos impulsiona. Nossa missão como Catequistas não é primariamente ensinar “sobre” Deus, mas sim levar ao encontro “com” Deus. É permitir que a experiência viva de Deus se faça presente na vida dos nossos catequizandos. Isso exige que nós, primeiro, tenhamos essa experiência viva. Deus não é um conceito abstrato ou uma doutrina a ser memorizada; Ele é Pessoa, é amor que se doa, é presença que transforma. Ele é o Alfa e o Ômega de tudo o que fazemos na Catequese. É por Ele que somos chamados, é para Ele que conduzimos e é nEle que encontramos o sentido pleno de nossa existência e de nosso serviço. Sem Deus no centro, a Catequese se torna uma atividade meramente pedagógica ou social, sem a seiva que a alimenta e sem o poder que a renova. Pensemos um instante: o que seria da nossa Catequese se não fosse a fé inabalável em um Deus que Se revela, que nos ama incondicionalmente e que nos convida a uma relação pessoal? O que impulsionaria nossa dedicação, nossa paciência e nossa perseverança diante dos desafios, das dúvidas e até mesmo da aparente indiferença de alguns? É a certeza de que somos instrumentos em Suas mãos, canais de Sua Graça, que nos fortalece. Quando nos preparamos para um encontro, não estamos apenas organizando conteúdos; estamos buscando a forma mais eficaz de manifestar a presença de Deus naquele espaço, naquele tempo e naquelas pessoas. Nossas palavras, nossos gestos, nosso testemunho devem ser um eco da Palavra de Deus e um reflexo do Seu amor. Isso só é possível se estivermos profundamente arraigados nEle.
A Oração: O Pulmão Espiritual do Catequista
Se Deus é o ponto de partida e o destino, a oração é o caminho que nos conecta a Ele. A oração não é um item a mais em nossa agenda, um dever religioso a ser cumprido. A oração é o “pulmão espiritual” da vida do Catequista, o ar que respiramos para que nossa alma se mantenha viva e nossa missão seja fecunda. É na oração que aprofundamos nosso relacionamento com Deus. É onde o Catequista ouve a voz do Mestre, busca discernimento, encontra consolo e renova suas forças.
1. A Oração como Fonte de Conhecimento e Sabedoria: Como podemos falar de um Deus que não conhecemos intimamente? A oração nos permite um conhecimento que vai além da razão, um conhecimento do coração. É nela que o Espírito Santo nos ilumina, nos revela os mistérios de Deus e nos concede a sabedoria para partilhá-los de forma adequada e eficaz com os nossos catequizandos. Ela nos ajuda a interpretar os sinais dos tempos e a adaptar a mensagem às realidades de cada grupo.
2. A Oração como Alimento Espiritual e Fortalecimento: O serviço da Catequese, embora gratificante, também pode ser desgastante. Lidamos com diferentes realidades, com dúvidas, com a necessidade de constante atualização e, por vezes, com o desânimo. A oração é o nosso alimento, a nossa rocha. É nela que depositamos nossas preocupações, entregamos nossas fraquezas e nos abastecemos da Graça de Deus, que nos capacita a ir além de nossas próprias limitações. Sem oração, corremos o risco de nos esgotar, de nos frustrar e de perder o fervor inicial.
3. A Oração como Pedido e Intercessão: Como Catequistas, somos chamados a rezar não apenas por nós mesmos, mas, e principalmente, pelos nossos catequizandos. Nossas orações são um pedido incessante para que a Graça de Deus toque seus corações, abra suas mentes e os conduza a uma verdadeira conversão. Intercedemos por suas famílias, por suas alegrias e desafios, tornando-nos verdadeiros intercessores no caminho de fé que percorrem. A oração pelos catequizandos é um ato de amor que precede e acompanha todo o processo catequético.
4. A Oração como Testemunho: Nossa vida de oração, mesmo que muitas vezes silenciosa, é um testemunho poderoso. Quando nossos catequizandos percebem que somos pessoas de oração, que nos voltamos a Deus com confiança e amor, eles são naturalmente convidados a fazer o mesmo. Nossa fé não é apenas aquilo que falamos, mas, e principalmente, aquilo que vivemos. E a oração é a expressão mais íntima e verdadeira dessa vida de fé.
Cultivando a Vida de Oração do Catequista
Para que a oração seja o pulmão da nossa vida, precisamos cultivá-la com intencionalidade. Isso envolve:
Momentos Pessoais de Oração: Dedicar um tempo diário para a oração pessoal, seja ela contemplativa, de louvor, de súplica ou de agradecimento. Pode ser a leitura de um texto bíblico, a meditação, o terço, ou simplesmente o silêncio diante de Deus. O importante é o encontro.
Participação na Liturgia: A Eucaristia dominical é a fonte e o ápice da vida cristã. Participar ativamente da Missa, receber o Corpo de Cristo e vivenciar a comunidade nos fortalece e nos une ao mistério Pascal.
Leitura Orante da Palavra de Deus: A Palavra de Deus é viva e eficaz. Dedicar um tempo para a Lectio Divina nos permite escutar o que Deus quer nos dizer, meditar sobre Sua mensagem, rezar com ela e, finalmente, transformá-la em ação.
Oração Comunitária: Rezar em comunidade, seja em grupos de oração, em reuniões de Catequistas ou em momentos específicos antes dos encontros de catequese, fortalece os laços fraternos e intensifica o poder da nossa intercessão.
Queridos catequistas, lembrem-se sempre: não somos nós que convertemos, mas Deus age através de nós. Não somos nós que ensinamos, mas o Espírito Santo que ilumina. Nossa eficácia não reside em nossas capacidades humanas, mas na nossa abertura à Graça divina. Que este texto nos inspire a colocar Deus no centro de tudo e a fazer da oração o nosso refúgio, a nossa força e a nossa alegria. Pois é dessa fonte inesgotável que brotarão os frutos mais abundantes em nossa missão catequética. Que o Senhor nos abençoe e nos fortaleça sempre!
SILVANA LAUREANO DA SILVA DE SOUZA
Coordenadora Diocesana de Catequese