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Os Santos de junho e a religiosidade popular

O mês de junho chegou e, com ele, as festas juninas, que, além da tradição de alegrar o povo, celebram a memória de quatro santos católicos: Santo Antônio, no dia 13, São João Batista, nosso padroeiro diocesano, dia 24, e São Pedro e São Paulo, no dia 29.

Festejar o mês de junho deve ser também para os cristãos a oportunidade de olhar além dos costumes populares da época, a fim de rememorar as histórias de vida desses grandes santos de Deus, que são fontes de aprendizado, amor à Cristo e inspiração para a caminhada e vivência cristã.

A denominação de santos “populares” é tradicional no Brasil. A devoção a Santo Antônio, estimulada pela fama de inúmeros milagres, tem sido, ao longo dos séculos, objeto de grande devoção popular por todo o mundo. É um dos santos de maior devoção de todos os povos. Santo Antônio de Lisboa ou de Pádua é, para o mundo católico, o santo “milagreiro”, “casamenteiro”. As festas populares de Santo Antônio, São João Batista e São Pedro e São Paulo trazem consigo momentos devocionais carregados de significado para o povo brasileiro.

Ao abordar os Santos Juninos na catequese, é possível enriquecer a formação religiosa de nossas crianças e jovens, conectando-os com a história da Igreja, com a vida dos santos e com as tradições culturais.

As festas populares são manifestações coletivas da crença de um povo ou comunidade de fé. Quando falamos de religiosidade, de fato, referimo-nos a um conjunto de práticas simbólicas de raiz popular (no sentido em que se distinguem das produções religiosas dos “intelectuais” e das instituições que regulam o campo religioso) e se referem a significados que transcendem a própria comunidade, mas a identificam enquanto tal. Trata-se, pois, de fenômenos culturais integrados no quadro de significações que as comunidades produziram na sua interação secular (por isso se tornou corrente falar, também, de religiosidades tradicionais).

A atenção especial aos sinais da natureza, como a água, a terra, a luz, o céu, fascinou desde sempre as pessoas. A religiosidade popular pode servir, no caso da Igreja Católica, para compreender melhor a utilização de sinais e gestos simbólicos que expressam uma componente profundamente humana e religiosa. Por isso, tem sido sempre chamada a atenção para uma verdadeira integração entre a liturgia e a piedade popular, como aconteceu na liturgia da Igreja dos primeiros séculos, com algumas celebrações, e na liturgia romana da Idade Média, com as procissões, ladainhas e outros ritos, assumidos em forma de culto.

Jesus convidou apóstolos para serem suas testemunhas, e eles tornaram-se anunciadores da boa notícia do Reino, passando adiante esta experiência de fé e fazendo novos seguidores. Os Santos são exemplos de que nós também podemos nos tornar seguidores de Cristo. Vivemos em um mundo marcado pela desvalorização do sagrado e carente de sinais de santidade. Busquemos no exemplo e na vida dos santos que celebramos neste mês força e perseverança na busca de uma vida mais digna a caminho do Reino eterno.

 

REGIANE D. FREIRE E SILVANA DE SOUZA

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