Loading...

Artigos

A Família de Nazaré

“Mas o primeiro e grande jardim, onde devem quase espontaneamente germinar e desabrochar as flores do santuário, é sempre a família, verdadeiramente e profundamente cristã. A maior parte dos santos bispos e sacerdotes, aos quais a Igreja rende louvores, deve o início das suas vocações e da sua santidade aos exemplos e ensinamentos de um pai cheio de fé e forte virtude e de uma mãe casta e piedosa, de uma família na qual reinava a pureza dos costumes e a caridade de Deus e o amor ao próximo.”

(Carta Encíclica Ad Catholici Sacerdotti, 1935, do Papa PIO XI)

 

A extraordinária frase do Papa Pio XI sobre a família nos indica o caminho a ser retomado. Olhamos ao nosso redor, em nossa comunidade e não precisamos olhar muito longe: quantas famílias destruídas atualmente por terem optado por outros caminhos. Caminhos estes com os atrativos e as seduções do mundo, que deixaram de lado os costumes cristãos e o tesouro que são os ensinamentos da Igreja. Optaram por atalhos regados pelas ilusórias facilidades, em busca do prazer, vida fácil, cômoda, olhando para si mesmos, e se perderam ao longo do trecho, caindo no abismo.

É tempo urgente e necessário de voltarmos à Sagrada Escritura, ao modelo da família que Deus nos indicou pela vinda de Jesus Cristo a este mundo: a Família de Nazaré.

Leiamos atentos o que nos diz o Santo Papa João Paulo II, na homilia da festa solene da Sagrada Família, em 1978:

 

“O domingo na Oitava do Natal do Senhor, o presente domingo, une, na liturgia, a solene memória da Sagrada Família de Jesus, Maria e José. O nascimento de um filho dá sempre início a uma família. O nascimento de Jesus em Belém deu início a esta família única e excepcional na história da humanidade: nela veio ao mundo, cresceu e foi educado o Filho de Deus, concebido e nascido da Vir-gem-Mãe, e confiado, desde o início, aos cuidados autenticamente paternos de José, carpinteiro de Nazaré, o qual, perante a lei judaica, foi marido de Maria, e perante o Espírito Santo, foi Seu digno esposo e foi o tutor, verdadeiramente de modo paterno, do materno mistério da sua Esposa.

A Família de Nazaré, que a Igreja apresenta aos olhos de todas as famílias, constitui efetivamente o ponto de referência culminante para a santidade de todas as famílias humanas. A história desta Família está descrita nas páginas do Evangelho de modo muito conciso. Ali nos são dados a conhecer só alguns acontecimentos da sua vida. Contudo, aquilo que conhecemos é suficiente para envolver os momentos fundamentais da vida de cada família, e para fazer sobressair a dimensão a que são chamados todos os homens que vivem a vida familiar: Pais, Mães e Filhos. O Evangelho mostra-nos, com grande clareza, o perfil educativo da família. 'Voltou para Nazaré e era-lhes submisso' (Lc 3,51). É bem necessária, por parte das crianças e da geração jovem, esta 'submissão', esta obediência, esta prontidão em aceitar os sábios exemplos do comportamento humano da família. Também Jesus estava assim 'submetido'. E por esta 'submissão', por esta prontidão da criança em aceitar os exemplos do comportamento humano, devem também os pais medir o seu próprio comportamento.

Este é o ponto mais delicado da sua responsabilidade de pais, da sua responsabilidade relativamente ao homem, este pequenino que se vai fazendo homem e que lhes foi confiado pelo próprio Deus. Devem ainda ter presente tudo o que aconteceu na vida da Família de Nazaré quando Jesus tinha doze anos: eles educam o próprio filho não só para si mesmos, mas para Ele, para as tarefas que mais tarde Ele deverá assumir. Jesus, aos doze anos, respondeu a Maria e a José: 'Não sabíeis que Eu devo ocupar-me das coisas de meu Pai?' (Lc 2,49).

Na família estão ligados os mais profundos problemas humanos. Ela constitui a comunidade primária, fundamental e insubstituível para o homem. 'A família recebeu de Deus a missão de ser a célula primeira e vital da sociedade'.

A Igreja não poderá nunca dispensar-se da obrigação de tutelar os valores fundamentais ligados à vocação da família. A proteção destes valores foi confiada à Igreja por Cristo, de modo a não deixar lugar a dúvidas.”

 

Que esta reflexão nos ajude a encontrar o verdadeiro sentido da Sagrada Família.

Sagrada Família de Nazaré, rogai por nós! Deus abençoe!

 

DIÁCONO LEONARDO E PRISCILA KLETTENBERG

Paróquia Cristo Rei – Taió/SC

Galeria

Imagens relacionadas