Loading...

Artigos

Maio, mês de Maria

Mês de maio, nossos corações se voltam ainda com mais fervor para aquela que é a mais bela flor do jardim de Deus: Maria Santíssima. Neste mês dedicado a ela, sentimos seu manto de amor nos envolver, nos protegendo e guiando em cada passo.

Maria é o verdadeiro Templo, é espaço de presença do Espírito, lugar sagrado onde habita a divindade, para, a partir dela, expandir-se depois a todo o povo. Ela é lugar de plenitude do Espírito e templo do mistério. Evidentemente, esta presença é dinâmica: o Espírito de Deus está em Maria para fazê-la Mãe, lugar de entrada do Salvador na história.

Ela, a Virgem Imaculada, que deu o “sim” generoso que abriu as portas do céu para a humanidade, nos ensina a humildade, a fé inabalável e a entrega total à vontade divina. Seu olhar materno acalma nossas angústias, suas mãos intercedem por nós junto a seu Filho, Jesus, e seu coração compassivo acolhe nossas súplicas e esperanças.

Essa é a razão pela qual todos nós olhamos para Maria e recebemos uma gota de bálsamo para nossas feridas. Continuemos a interceder, porque intercessão é oração de esperança. A Mãe intercede, Jesus faz os milagres. A Virgem Maria é a Mãe da Esperança, porque está com as mãos postas a nos dizer: rezar é uma atitude de esperança, perseverai na oração.

Em cada Ave Maria que elevamos, sentimos a doçura de seu nome ecoar em nossos lábios, um bálsamo para a alma cansada. Em cada prece, encontramos conforto e a certeza de que não estamos sozinhos em nossa caminhada.

Que neste mês mariano, possamos nos espelhar em suas virtudes, buscando a pureza de coração, a fortaleza na fé e a caridade para com o próximo. Que a exemplo de Maria, possamos dizer nosso “sim” diário aos planos de Deus, confiando em Sua providência e seguindo os passos de Jesus.

Uma das virtudes mais proeminentes de Maria é sua fé. Desde o anúncio do anjo Gabriel, um momento que exigia uma confiança extraordinária no desconhecido, Maria respondeu com um “sim” incondicional: “Eis a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc1,38). Essa fé persistiu mesmo diante das incompreensões, das dificuldades da jornada a Belém, da pobreza do nascimento de Jesus e, finalmente, da dor lancinante aos pés da cruz. Sua fé não vacilou, tornando-a um exemplo de entrega total à vontade de Deus.

Junto da cruz, Nossa Senhora das Dores simplesmente permanece, escreve o Papa Francisco: “Está ao pé da cruz; não foge, não tenta salvar-Se a Si mesma, não usa artifícios humanos nem anestésicos espirituais para escapar da dor. Esta é a prova da compaixão: ficar junto da cruz. Ficar com o rosto marcado pelas lágrimas, mas com a fé de quem sabe que, no seu Filho, Deus transforma o sofrimento e vence a morte”.

Maria se põe a caminho: prefere as incógnitas do caminho à comodidade dos seus hábitos, a fadiga do caminho à estabilidade da casa, o risco de uma fé que se põe em jogo, tornando-se dom de amor para o outro à segurança de uma religiosidade tranquila. Toda a sua vida será um caminho atrás do seu Filho, como primeira discípula, até ao Calvário, ao pé da Cruz. Maria sempre caminha, ela pode nos ensinar o caminho, porque ela já o fez.

O coração de Maria pode ser comparado a uma pérola de esplendor inigualável, formada e limada pela aceitação paciente da vontade de Deus, através dos mistérios de Jesus meditados na oração. Que a nossa busca pela santidade nos ajude a assemelhar-nos ao coração da nossa Mãe Maria. “Maria guardava todas estas palavras, meditando-as no seu coração” (Lc 2, 19), com o coração aberto à Palavra de Deus, com o coração silencioso, com o coração obediente, com o coração que sabe receber a Palavra de Deus, deixando-a crescer como uma semente do bem da Igreja.

A obediência de Maria à vontade divina é notável. Ela aceitou o plano de Deus para sua vida, mesmo não compreendendo, mas confiou plenamente. Sua obediência contrasta com a desobediência de Eva, tornando-a, na tradição cristã, a “nova Eva”, que, através de sua submissão, abriu caminho para a salvação. Enquanto Eva disse não, Maria disse sim; enquanto Eva desobedeceu, Maria obedeceu a Deus; enquanto Eva queria ser como Deus, Maria se reconhece como serva de Deus.

Maria, com seu exemplo de vida, continua a ser um farol de esperança e um modelo de santidade para todos os que buscam uma vida mais próxima de Deus.

 

DOM ADALBERTO DONADELLI JÚNIOR

Bispo Diocesano

Galeria

Imagens relacionadas