Loading...

Artigos

EUCARISTIA: Mistério da Fé e do Amor

“A Igreja vive da Eucaristia!”. Com essas palavras, o Papa São João Paulo II inicia sua Carta Encíclica sobre esse tão maravilhoso tesouro, que o próprio Senhor nos deixou. É o cumprimento daquela promessa de Cristo: “Eu estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28, 20). Sob as espécies do pão e do vinho está presente o Senhor do Céu e da Terra.

É a Eucaristia o centro da vida eclesial. A Igreja recebeu a Eucaristia de Cristo, seu Senhor, não como um dom, embora precioso, entre muitos outros, mas como o dom por excelência, porque dom dEle mesmo, da Sua Pessoa na humanidade sagrada, e da Sua obra de salvação.

Este sacrifício é tão decisivo para a salvação do gênero humano, que Jesus Cristo realizou-o e só voltou ao Pai depois de nos ter deixado o meio para dele participarmos, como se tivéssemos estado presentes. Assim, cada fiel pode tomar parte nela, alimentando-se dos seus frutos inexauríveis. Esta é a fé que as gerações cristãs viveram ao longo dos séculos, e que o magistério da Igreja tem continuamente reafirmado com jubilosa gratidão por dom tão inestimável (Carta Encíclica Ecclesia de Eucharistia, n. 11).

Já fazem dois mil anos que a Igreja, obediente e atenta à ordem do Salvador, repete aquele mesmo gesto que fez na Ceia derradeira. Ele, Jesus Cristo, verdadeiro e eterno Sacerdote, oferecendo-Se a Vós pela nossa salvação, instituiu o sacrifício da nova Aliança e mandou que celebrássemos em Sua memória (cf. prefácio da Santíssima Eucaristia I).

Pelas palavras do sacerdote, Cristo desce do Céu. Tão lindamente escreveu São Francisco de Assis à Ordem que fundara, em uma de suas cartas: “Pasme o homem todo, estremeça a terra inteira, rejubile o céu em altas vozes quando, sobre o altar, estiver nas mãos do sacerdote o Cristo, Filho de Deus vivo! Ó grandeza maravilhosa, ó admirável condescendência! Ó humildade sublime! O Senhor do universo, Deus e Filho de Deus, Se humilha a ponto de Se esconder, para nosso bem, na modesta aparência de pão... Nada de vós retenhais para vós mesmos, para que totalmente vos receba Quem totalmente Se vos dá”.

Mas, é pelo ministério dos presbíteros que o sacrifício espiritual dos fiéis se consuma em união com o sacrifício de Cristo, mediador único, que é oferecido na Eucaristia de modo incruento e sacramental pelas mãos deles, em nome de toda a Igreja, até quando o Senhor vier (cf. Pontifical Romano, “Da Ordenação dos Presbíteros”).

Para a correta celebração da Santa Missa, o pão que se utiliza deve ser ázimo – sem fermento ou levedura –, unicamente de trigo. Não podem constituir matéria válida para a realização do Sacrifício Eucarístico outras substâncias, mesmo que de cereais. O vinho que se utiliza na celebração do santo Sacrifício eucarístico deve ser natural, do fruto da videira, puro e dentro da validade, sem mistura de substâncias estranhas (Redemptionis Sacramentum, n. 48-50). Os Bispos têm competência para conceder a licença de usar pão com baixo teor de glúten ou mosto como matéria da Eucaristia em favor de um fiel ou de um sacerdote.

Todas essas regras a serem seguidas, a Igreja nos dá, amorosamente, para que tenhamos a consciência de que, naquele pedaço de pão e naquele pouco de vinho, após as palavras da consagração, está Cristo. Como falou o Venerável Papa Pio XII, o mesmo Cristo que nasceu da Virgem Santíssima, padeceu no lenho da Cruz e ressuscitou glorioso ao terceiro dia, Ele mesmo, está no Santíssimo Sacramento.

A Sagrada Eucaristia completa a Iniciação Cristã. Aqueles que foram elevados à dignidade do sacerdócio real pelo Batismo e configurados mais profundamente com Cristo pela Confirmação, esses, por meio da Eucaristia, participam, com toda a comunidade, no próprio sacrifício do Senhor (CIC, n. 1275). Os restantes Sacramentos, assim como todos os ministérios eclesiásticos e obras de apostolado, estão vinculados com a Sagrada Eucaristia e a ela se ordenam.

Enfim, pela Celebração Eucarística, unimo-nos, desde já, à Liturgia do céu e antecipamos a vida eterna, quando “Deus for tudo em todos” (1Cor 15, 18). Que possamos ter consciência da grandeza deste tão sublime mistério da fé, e proclamar com a boca e o coração: “Graças e louvores se deem a todo momento ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento!”

 

GABRIEL NAFFIN

Seminarista de Filosofia

Galeria

Imagens relacionadas