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Caros catequistas, a nossa missão, um dom de Deus e um serviço à Igreja, é mais do que a transmissão de verdades de fé. Somos chamados a ser testemunhas vivas do Evangelho, a construir pontes entre a Palavra de Deus e a vida concreta de cada catequizando e de suas famílias.

Em um mundo marcado por incertezas, fragilidades e uma sede de sentido, a catequese se torna um farol de esperança, um espaço onde a fé não é apenas aprendida, mas vivenciada, partilhada e celebrada. A nossa tarefa é despertar nos corações a identidade missionária que pertence a cada batizado. A evangelização não é uma atividade a ser adicionada à nossa rotina, mas a essência do nosso ser cristão. Ela deve permear cada encontro de catequese, cada palavra, cada gesto. Nossos ambientes de Catequese não são apenas locais de estudo, mas de encontro com Cristo vivo, onde a comunidade se forma e se fortalece. Precisamos ir além dos conteúdos programáticos e verdadeiramente tocar os corações, mostrando que a fé é a resposta para as grandes questões da vida. Que ela é a força que nos sustenta nas dificuldades, a alegria que nos move na celebração e a esperança que nos impulsiona a construir um mundo melhor.

A Catequese, portanto, tem um papel fundamental na formação de discípulos missionários. Isso significa que nosso serviço não se encerra na recepção dos Sacramentos. Devemos cultivar a consciência de que a fé é um tesouro a ser partilhado, uma luz que não pode ser escondida.

O catequizando, ao se aprofundar na fé, é convidado a sair de si mesmo e a se colocar a serviço dos outros, a ser um agente de transformação no mundo. Nossos encontros devem inspirar ações de caridade, despertar a compaixão pelos mais necessitados e incentivar a coragem de defender a justiça e a dignidade humana.

Para assumir esse compromisso de forma plena, o catequista precisa, antes de tudo, viver sua própria vocação missionária. A nossa vida deve ser a primeira Catequese. A coerência entre o que dizemos e o que fazemos é a prova mais convincente da verdade do Evangelho. Por isso, a oração e a busca constante de uma vida íntima com Jesus são indispensáveis. Somente um catequista com o coração ardente por Cristo pode acender essa mesma chama nos outros. A nossa missão é de amor, de doação e de serviço, e nela somos fortalecidos pelo Espírito Santo.

 

A Prática Missionária na Catequese

1. Do Conhecimento à Ação: Aprofundar-se no conteúdo da fé é essencial, mas é preciso levar o catequizando a aplicar esses ensinamentos em sua vida diária. Incentivar ações concretas, como visitas a idosos, participação em campanhas de solidariedade ou simplesmente um gesto de perdão na família, transforma o conhecimento em experiência viva.

2. Acolhimento e Diálogo: O catequista é um evangelizador pela escuta. O diálogo com o catequizando e sua família, o acolhimento de suas dúvidas e dificuldades, e a partilha das alegrias e tristezas são a base para construir uma relação de confiança e mostrar a face misericordiosa de Deus.

3. Comunidade Missionária: A Catequese não é um trabalho isolado. Ela faz parte da vida da Paróquia e da Igreja em geral. É fundamental conectar os catequizandos e suas famílias com as pastorais, os movimentos e as atividades da Comunidade, para que se sintam parte de uma grande família de missionários.

4. O Exemplo Pessoal: O catequista, com sua alegria, paciência e humildade, é o primeiro evangelho que o catequizando lê. O testemunho de uma vida de fé, mesmo com suas imperfeições, inspira e motiva muito mais do que qualquer teoria.

 

Assumir a missão evangelizadora é a nossa grande tarefa. É o nosso “sim” ao chamado de Jesus para ir e fazer discípulos.

Que, com a Graça de Deus, possamos ser instrumentos fiéis para fortalecer a identidade missionária da Igreja, formando corações que queimam de amor por Cristo e se movem com coragem para anunciar a Boa Nova ao mundo. A missão é de todos nós, e ela começa agora, em cada encontro, em cada olhar, em cada oração.

 

SILVANA LAUREANO DA SILVA DE SOUZA

Coordenadora Diocesana de Catequese