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Estamos nos aproximando do fim de mais um ano catequético, tempo propício para olhar para trás com gratidão e, ao mesmo tempo, olhar para frente com esperança. Em poucas semanas, começaremos a organizar formações, planejar encontros, rever equipes e pensar no novo ano que se aproxima. E aqui fica uma pergunta essencial: como queremos que seja nossa catequese no próximo ano? Mais do mesmo… ou uma catequese renovada, criativa e apaixonante?

Não podemos permitir que o novo ciclo comece com os mesmos métodos cansados, com encontros sem vida ou sem brilho. A Igreja de hoje, e especialmente nossas crianças, clamam por uma catequese viva, acolhedora e inspiradora. Se começarmos agora a organizar nossas ideias, preparar nossos corações e planejar com ousadia, podemos transformar cada encontro em verdadeira experiência de fé. Por isso, antes de falarmos de cronogramas, salas e materiais, precisamos falar de atitude, postura e visão. A catequese do futuro, e esse futuro é agora, não será construída apenas com boa vontade, mas com criatividade, coragem e abertura ao Espírito Santo.

Queridos catequistas, vocês, que disseram “sim” ao chamado de ajudar as crianças a conhecerem e amarem Jesus, este é um convite especial: não tenham medo de ser criativos! Os tempos mudaram e mudaram muito rápido. As crianças de hoje vivem imersas em imagens, sons, tecnologia, interatividade e movimento. Elas aprendem brincando, se expressam com espontaneidade e se encantam com aquilo que desperta seus sentidos e emoções. Então, precisamos perguntar: como estão os nossos ambientes de catequese? São espaços de encantamento, escuta e participação… ou ainda estão presos a uma metodologia “chata”, engessada, em que apenas se lê, se explica e se dá lição?

A catequese de hoje precisa ser mais do que transmissão de conteúdo: precisa ser experiência de encontro. Encontro com Deus, encontro com os irmãos, encontro com a alegria de ser Igreja. E isso só é possível quando o catequista se torna criador de ambientes e experiências que falem ao coração da criança.

E atenção: usar o material da Diocese é essencial, importante e necessário! Ele nos dá unidade, direção e clareza sobre o que ensinar. Mas o jeito de apresentar, de envolver, de tocar o coração, isso é obra da criatividade de cada catequista. É nela que o Evangelho ganha cor, vida e encanto nas nossas Comunidades.

Como transformar a catequese em um espaço apaixonante?

• Conte histórias. Use fantoches, vozes diferentes, objetos, encenações rápidas… Faça as crianças verem o Evangelho ganhando vida!

• Traga símbolos, cores, cheiros, gestos. Se o tema é luz, apague as luzes e acenda uma vela. Se é perdão, escrevam num papel o que querem entregar a Jesus e queimem em uma vasilha. Se é amor, façam um abraço coletivo.

• Use música! Uma canção bem escolhida abre o coração muito mais do que uma explicação longa.

• Brincar também é evangelizar. Jogos, dinâmicas e desafios podem ensinar mais sobre fraternidade e fé do que uma folha respondida em silêncio.

• Dê voz às crianças. Pergunte, escute, acolha. Deixe que elas também ensinem com sua pureza e sensibilidade.

O que falta, muitas vezes, não é recurso… é ousadia!

Não precisamos de grandes estruturas ou tecnologias avançadas. O que transforma mesmo a catequese é o brilho no olhar do catequista! A criança percebe quando o catequista está feliz, animado, apaixonado por aquilo que faz. Ela sente quando foi acolhida de verdade. Ela volta quando se sente amada.

Então, catequista, não tenha medo de inovar! Organize o espaço com carinho, mude a ordem das coisas se for preciso, saia das cadeiras, sente-se no chão, faça roda, faça festa, faça silêncio orante… faça do encontro uma verdadeira experiência com Deus!

Uma catequese viva forma cristãos vivos

O mundo de hoje precisa de cristãos que não tenham vergonha de sua fé, que vivam com alegria, que saibam rezar com o coração e servir com entusiasmo. Isso começa na infância. Começa na sala de catequese. Começa em você.

Que tal, então, fazer o seguinte compromisso?

“Vou seguir o material da Diocese com fidelidade, mas com criatividade. Vou ensinar com a Bíblia na mão e com brilho no olhar. Vou fazer da catequese um lugar onde as crianças sintam: ‘Aqui eu quero ficar!’”

Se essa chama se acender em cada catequista, não teremos apenas encontros… teremos experiências de fé. Não teremos apenas catequizandos… teremos discípulos. Não teremos apenas conteúdo… teremos transformação.

Conte com o Espírito Santo — Ele é o maior criador que existe! E Ele ama inspirar aqueles que se deixam conduzir. Abra seu coração, ouse sair da mesmice e permita que a catequese aconteça não só na fala… mas na VIDA!

SILVANA LAUREANO DA SILVA DE SOUZA

Coordenadora Diocesana de Catequese