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Dias atrás, li um texto muito bonito em que o Papa Francisco, na exortação apostólica pós-sinodal dirigida aos jovens e a todo o povo de Deus (2019), recordava a necessidade de nos deixarmos encher de vida, pois dentro de nós habita o Senhor vivo. A partir dessa reflexão, nasceram algumas perguntas: estamos realmente cheios de vida? Nossa existência é, de fato, testemunho da presença viva e transformadora de Jesus?
Infelizmente, vivemos tempos difíceis, marcados pela violência e pelas guerras. No entanto, os primeiros sinais de divisão não estão apenas ao nosso redor, mas dentro de cada um de nós. É justamente nesse cenário que somos chamados a fixar o olhar em Jesus de Nazaré: Aquele que entregou Sua vida até o extremo e que, em Sua ressurreição, nos tornou participantes de uma vida nova, abrindo-nos ao horizonte da esperança.
Acreditamos que é nesse horizonte da esperança que a vocação de cada um floresce. Ela se desenvolve em uma Igreja acolhedora e próxima, que testemunha com autenticidade e cria condições para que o Evangelho seja anunciado de forma incisiva, fecunda e transformadora.
Descobrir a vocação é trilhar um caminho de encontro com o Senhor, que nos chama à vida plena e ao serviço no amor. Essa descoberta se faz, sobretudo, em uma comunidade cristã que é casa de irmãos e irmãs e testemunho vivo do Evangelho.
De fato, a vocação floresce onde há testemunho. Uma Igreja missionária, que não apenas anuncia, mas vive o que proclama, e gera novos chamados. O testemunho da alegria simples, da humildade sincera e da vida entregue sem interesses, principalmente aos mais pequenos, inspira os jovens a se perguntarem: “Senhor, o que queres também de mim?”.
A dinâmica da vocação é sempre movida pelo amor: Deus chama, a Igreja acolhe com ternura, a comunidade testemunha e cada pessoa, a começar por mim, responde com generosidade. Ser vocacionado é viver para o outro, é deixar-se guiar pelo sopro do Espírito e tornar-se presença do Reino de Deus onde quer que se esteja. Assim, uma Igreja acolhedora e testemunhal transforma-se em terreno fértil, onde as vocações germinam, crescem e florescem, sustentando a missão da Igreja no coração do mundo.
Que sejamos, portanto, uma Igreja de gestos concretos, capaz de encontrar, no contato vivo com o Senhor, a fonte de uma existência feliz. Somente nEle descobriremos a verdadeira alegria, aquela que o nosso coração tanto deseja!
Referência: PAPA FRANCISCO. Exortação Apostólica Pós-Sinodal do Papa Francisco: Christus Vivit – para os jovens e para Todo o povo de Deus. Trad. Décio José Walker. Brasília: Edições CNBB, 2019.
IRMÃ ADRIANA, PMMI
Coordenação Diocesana de Pastoral e SAV