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Em um mundo onde a velocidade e a superficialidade ditam o ritmo da vida, a Diocese de Rio do Sul propôs um encontro com o sagrado, a profundidade e a eternidade. No dia 3 de agosto de 2025, a realização da Jornada Vocacional e o lançamento do projeto “Padres Para Igreja em Santa Catarina” se tornaram um farol de esperança, reunindo mais de 1.700 jovens no Seminário São Francisco de Assis, em Ituporanga. Foi um dia de intensa reflexão e celebração, onde a juventude, em meio a padres, religiosas e seminaristas, buscou respostas para as grandes questões do coração.
A manhã da Jornada foi um convite à escuta atenta e ao discernimento. Através de testemunhos sobre a vida consagrada, sacerdotal e matrimonial, os jovens puderam vislumbrar os diferentes caminhos que o amor de Deus pode traçar. Não se tratava apenas de ouvir histórias, mas de reconhecer nelas a mão de Deus agindo em cada vida. A mesa redonda foi um espaço de diálogo e clareza, onde as dúvidas sobre as diversas vocações foram acolhidas e respondidas, oferecendo um porto seguro para aqueles que buscam compreender o chamado divino em suas vidas.
O ponto alto do dia foi a Celebração da Santa Missa, que encerrou o encontro na Igreja Matriz Santo Estêvão, após uma peregrinação que partiu do Seminário. A Missa foi presidida pelo Bispo Diocesano, Dom Adalberto Donadelli Júnior e concelebrada por diversos padres da Diocese. Em sua homilia, Dom Adalberto proferiu uma mensagem poderosa e atemporal a partir da Liturgia do dia e contextualizada para o coração e a mente da juventude presente.
Dom Adalberto iniciou sua fala destacando a importância da oração pelas vocações sacerdotais, sublinhando a necessidade de “mais sacerdotes, santos sacerdotes para a Igreja”. Sua mensagem central girou em torno de uma frase que resumiu a liturgia: “É assim que acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico diante de Deus”. Ele desafiou os jovens a repensarem o conceito de riqueza. “Rico não é aquele que possui coisas, mas rico é aquele que tem Deus, que acolheu Deus no seu coração”.
A partir da Primeira Leitura do livro do Eclesiastes (“Vaidade das vaidades, tudo é vaidade”), o Bispo mergulhou no tema da vaidade. Ele a descreveu como o orgulho, a prepotência, o desejo de ter, de possuir, de ser, que toma conta do nosso coração e nos faz sofrer. Com uma clareza impressionante, Dom Adalberto conectou a vaidade ao uso das redes sociais, como o Instagram, que muitas vezes nos leva a valorizar a “aparência” em detrimento do que somos de fato. “Você não vale pelo que você aparenta, você vale pelo que você é. O seu valor é pela sua pessoa”.
Para ilustrar o poder de uma vida livre da vaidade, o Bispo citou o exemplo de Madre Teresa de Calcutá. Uma mulher “baixinha, pequenininha” e sem beleza estética, mas que se tornou uma das pessoas mais conhecidas do mundo por ter um "coração bonito", rico em Deus. A beleza de Madre Teresa não estava na sua aparência, mas em sua alma, cheia de Deus. Sua vida foi um testemunho de que a verdadeira beleza e a verdadeira riqueza estão em servir o próximo com amor e fé.
Dom Adalberto continuou a homilia, confrontando a ganância e o acúmulo desenfreado de bens, temas presentes no Evangelho do homem que trabalhou para ter mais e mais, e de repente, foi chamado à eternidade. Ele alertou que “nós precisamos ter o necessário”, e que a forma egoísta de usar as coisas é o que é ruim. A grande lição foi clara: “A única coisa que nós vamos levar pro céu é o amor com que amamos e servimos e a fé em Jesus Cristo. Só isso sobrará, mais nada”.
O Bispo dirigiu-se aos pais e catequistas presentes, pedindo que se esforcem para deixar a herança da fé aos seus filhos, pois “Isso fica! Isso ninguém pode tirar deles”. A mensagem foi um poderoso lembrete de que o maior legado que podemos deixar é uma vida de fé e amor.
A homilia concluiu com uma reflexão sobre a figura do padre, que o Bispo definiu de maneira inspiradora. O padre é um “guia espiritual, um amigo de Deus”, uma ponte que liga o homem a Deus. Ele é um “consagrado”, alguém que reservou sua vida e a entregou totalmente a Deus, tornando-se um homem livre e feliz por ter assumido sua vocação.
A Jornada Vocacional de 2025 foi um verdadeiro sucesso, uma celebração de fé, esperança e um momento crucial para a Igreja na Diocese de Rio do Sul. O encontro marcou a vida de mais de 1.700 jovens, plantando neles a semente de que a verdadeira riqueza não está nas posses ou na aparência, mas em um coração que escolheu Deus.
Rezemos por todos os jovens que estiveram presentes nesta Jornada Vocacional. Que o Espírito Santo os inspire e os guie em seu discernimento vocacional!
Fotos: PASCOM Diocesana, Wagner Veríssimo e Eduardo Bittelbrunn