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Neste mês de dezembro, no dia 08, com grande júbilo, vivamos a Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Maria. Dia de preceito, portanto, é dia de participarmos das Celebrações litúrgicas em nossas Comunidades.
Este dogma da Igreja, instituído pelo Papa Pio IX em 08 de dezembro de 1854, conclui aquilo que, durante séculos, os santos já proclamavam. Assim, com as seguintes palavras, o Papa define: “Em honra da santa e indivisa Trindade, para decoro e ornamento da Virgem Mãe de Deus, para exaltação da fé católica, e para incremento da religião cristã, com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo, e com a Nossa, declaramos, pronunciamos e definimos a doutrina que sustenta que a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante da sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de pecado original, essa doutrina foi revelada por Deus, e por isso deve ser crida firme e inviolavelmente por todos os fiéis” (Ineffabilis Deus, 42).
No entanto, podemos até nos perguntar: com que base o Papa Pio IX toma a firme convicção de tornar a Imaculada Conceição da Virgem Maria em dogma de Fé da Igreja, ou seja, somos obrigados a crer que isso é uma verdade de fé? Vejamos de uma forma resumida, e digamos, até singela, as bases fundamentais para esta tão louvável decisão.
É uma longa história, com base nas Sagradas Escrituras e nos dezoito séculos da Tradição e do Magistério da Igreja, que são os três Pilares que sustentam a nossa doutrina e nossa fé Católica Apostólica Romana. Vejamos:
A Imaculada Conceição da Virgem Maria, segundo as Escrituras:
“Nas escrituras, de forma menos explícita, o grande mistério do dogma se dá no colóquio do Arcanjo São Gabriel com a Virgem Maria, as palavras de Santa Isabel, o Magnificat, a exclamação da mulher proclamando bem-aventuradas as entranhas que contiveram o Salvador, a Mulher revestida de sol e a cabeça coroada de estrelas do livro do Apocalipse. Todas estas passagens se referem, de maneira mais ou menos diretamente, à Imaculada Conceição. Limitemo-nos às mais expressivas acima explicadas. São revelações ainda implícitas se tomadas separadas, mas que se tornam explícitas em seu conjunto, interpretadas e iluminadas pela voz da Tradição unânime da Igreja”. (Pe. Júlio Maria – 1936)
A Imaculada Conceição da Virgem Maria, segundo a Tradição e o Magistério:
O que é a Tradição: “É a palavra divina, tendo a mesma autoridade que a Bíblia, não escrita, mas transmitida oralmente pelos Apóstolos e mais tarde escrita por iniciativa particular, pelos primeiros Papas, Bispos, Sacerdotes e até simples fiéis instruídos em sua religião. A Tradição é, pois, a Palavra de Deus, desde que fica constatado ser de origem apostólica, mas como o erro pode mais facilmente infiltrar-se na palavra falada do que na palavra escrita, três condições são postas para que uma doutrina, dizendo respeito à fé ou à moral, possa reivindicar para si a autoridade de Tradição Divina:
1) Deve remontar até os primeiros séculos e ser conhecida universalmente como tal.
2) Deve concordar com a Palavra de Deus escrita, ou, pelo menos, não contradizê-la.
3) Deve ser declarada autêntica por uma autoridade competente.
Revestida desta segurança, uma doutrina é considerada Tradição Divina. Faltando um destes requisitos, é destituída de toda autoridade”. (Pe. Júlio Maria – 1936)
Tendo visto o conceito fundamental do que é a Tradição, voltamos ao dogma quanto à Tradição: “Desde o primeiro século, temos textos preservados sobre a Imaculada Conceição e, assim, ao longo dos séculos, desde os Apóstolos e outros Santos, foi-se formando a grande Tradição Católica. Descrevo aqui alguns escritos antigos, como o da passagem de Santo André, Apóstolo, expondo a doutrina Cristã ao procônsul Egeo, passagem que figura nos atos do martírio do Santo Apóstolo e data do primeiro século: 'O primeiro homem, tendo sido formado de uma terra imaculada, era necessário que o homem perfeito nascesse de uma Virgem igualmente Imaculada, para que o Filho de Deus, que antes formara o homem, reparasse a vida eterna que os homens tinham perdido'. Nos séculos seguintes, há uma imensa lista de santos que se referem à Imaculada Conceição da Virgem Maria, entre eles os Santos: Justino, Irineu, Hipólito, Gregório, Atanásio, João Crisóstomo, Agostinho, Basílio, Leão Magno, Germano, Pedro Damião, Ivo de Chartres, entre outros.” (Pe. Júlio Maria – 1936)
Por fim, para selar este dogma, respondendo aos reiterados pedidos que faziam à jovem Santa Bernadete Soubirous, a vidente em Lourdes (França), em 1858, de informar quem era Aquela que lhe aparecia, respondeu na sua ingenuidade e simplicidade, sem nenhum conhecimento doutrinário, uma simples jovem camponesa: “Aquela que me aparece me falou quem era: 'Eu sou a Imaculada Conceição'.”
Pedimos a Ela, a Virgem Maria, a Imaculada Conceição, que nos ensine e nos guie ao caminho que nos levará ao céu.
Deus nos abençoe!
DIÁCONO LEONARDO E PRISCILA KLETTENBERG
Paróquia Cristo Rei - Taió