Loading...

Artigos

O Sacramento da Ordem

Nos diz o Catecismo da Igreja Católica que: “a Ordem é o Sacramento graças ao qual a missão confiada por Cristo aos Apóstolos continua a ser exercida na Igreja, até ao fim dos tempos: é, portanto, o Sacramento do ministério apostólico”. O mesmo Senhor, porém, para que formassem um corpo, no qual “nem todos os membros têm a mesma função” (Rm 12,4), constituiu, dentre os fiéis, alguns como ministros que, na sociedade dos crentes, possuíssem o sagrado poder da Ordem para oferecer o Sacrifício, perdoar os pecados e exercer oficialmente o ofício sacerdotal em nome de Cristo, em favor dos homens.

Este Sacramento é constituído de três graus, a saber: o Diaconado, o Presbiterado e o Episcopado. A Doutrina Católica, expressa na Liturgia, no Magistério e na prática constante da Igreja, reconhece que existem dois graus de participação ministerial no sacerdócio de Cristo: o episcopado e o presbiterado. O diaconado destina-se a ajudá-los e a servi-los.

Por isso, o termo sacerdos (sacerdote) designa, no uso atual, os Bispos e os Presbíteros, mas não os Diáconos. Todavia, a Doutrina Católica ensina que os graus de participação sacerdotal (episcopado e presbiterado) e o grau de serviço (diaconado), todos os três são conferidos por um ato sacramental chamado “Ordenação”, ou seja, pelo Sacramento da Ordem.

Na Quinta-feira Santa, depois de instituir a Eucaristia, Jesus disse aos Apóstolos: “Fazei isto em memória de mim”. Por estas palavras, instituiu o Sacramento da Ordem, dando-lhes, em outra ocasião, o poder de batizar, de perdoar os pecados e de pregar o Evangelho. Os Apóstolos transmitiram estes poderes que receberam de Jesus Cristo a outros homens, por meio da imposição das mãos. Assim São Paulo escreve a Timóteo: “Não negligencie a graça que está em ti e que te foi dada... pela imposição das mãos do presbítero” (1Tm, 4,14).

Quem administra o Sacramento da Ordem é o Bispo. O rito essencial para tal é, para os três graus, a imposição das mãos, por parte do Bispo, sobre a cabeça do ordinando, juntamente com a oração conservatória específica, fazendo ao ordinando a entrega dos instrumentos próprios de cada Ordem, dizendo, ao mesmo tempo, as palavras da forma. Para receber as ordens sagradas, é necessário que o candidato seja batizado e crismado, esteja em estado de graça, tenha a intenção de se ordenar, costumes dignos, idade exigida e que tenha vocação.

Diversas são as tradições litúrgicas em toda a Igreja, mas permanece sempre um traço em comum: exprimir os múltiplos aspectos da graça sacramental. Para nós, no rito latino, os momentos iniciais – a apresentação e a eleição do ordinando, a alocução do Bispo, o interrogatório do ordinando e as ladainhas dos santos – atestam que a escolha feita pelo candidato se faz de acordo com os veneráveis costumes da Igreja.

Na celebração do Sacramento da Ordem, em seus três graus, dada a sua importância, principalmente na vida de uma Igreja particular, de uma Diocese, pede-se que haja a participação do maior número de fiéis possível; o lugar próprio para tal celebração é dentro da Liturgia Eucarística. As três ordenações – do Bispo, do Presbítero e do Diácono – seguem o mesmo esquema.

Para cada grau da Ordem, o rito vêm exprimir e completar, de modo simbólico, o ministério que se é realizado: na Ordenação Diaconal, a entrega do livro dos Evangelhos, pois acaba de receber a missão de anunciar a Boa-Nova de Cristo; na Ordenação Presbiteral, a unção das mãos com o óleo do Crisma, a entrega da patena e do cálice, a “oferenda do povo santo” (Pontifical Romano, n. 135); e por fim, na Ordenação Episcopal, a unção do santo Crisma na cabeça, para fazê-lo “participante do sumo sacerdócio de Cristo” (Pontifical Romano, n. 49) a entrega do anel, da mitra e do báculo, sinal de sua missão apostólica.

A doutrina do sacerdócio nos ensina, antes de tudo, a ter um grande respeito pelos sacerdotes. Não por motivos pessoais, se é amigo, fala bem, é culto, é delicado ou outro motivo, mas por seu caráter sacerdotal. Respeito à sua missão, à sua pessoa sagrada, ao ungido do Senhor. Mesmo que não seja um bom padre, deve ser respeitado. É sempre o representante de Jesus Cristo.

Precisamos de mais vocações sacerdotais no Brasil. Continuemos rezando pelas vocações. Lembremo-nos, pois, das palavras de nosso Senhor Jesus Cristo:

 

“Rogai, pois, ao Senhor da messe que mande operários à Sua messe”.

 

GABRIEL NAFFIN

Seminarista de Filosofia

Galeria

Imagens relacionadas