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A vocação de ser catequista nos revela que não devemos simplesmente indicar o caminho, mas seguirmos juntos nesse caminho. Os catequizandos estão na caminhada em busca dos Sacramentos da Iniciação da Vida Cristã, enquanto todos nós estamos no caminho da santidade, e é nesse sentido que a comunhão entre catequista, catequizandos e comunidade se revela essencial. Nesse 3º Ano Vocacional da Igreja no Brasil, é importante refletirmos sobre o papel do catequista enquanto promotor da inspiração vocacional.
O catequista, assumindo a vocação de educador da fé, deve conduzir seus catequizandos ao reconhecimento de suas próprias vocações, apresentando-os à comunidade paroquial e garantindo-lhes uma boa acolhida. A vivência da vocação não deve ser compreendida como mais um compromisso a ser assumido, mas sim como o compromisso a partir do qual todas as demais tarefas cotidianas são inspiradas. Por isso, é importante que o catequizando acolha com sinceridade as responsabilidades assumidas perante a comunidade, de forma que o serviço lhe convenha como inspiração de fé. Sempre que falarmos em vocação, lembremos que o serviço e as boas obras são fundamentais para salvação, pois toda árvore que não der fruto bom será cortada e jogada no fogo.
Nas palavras do Santo Papa João Paulo II: Deus confiou-vos a peculiar missão de conduzir a juventude no caminho da santidade. Sede para eles exemplo de uma generosa fidelidade a Cristo. Encorajai-os a não hesitar em “fazerem-se ao largo”, respondendo sem delongas ao convite do Senhor. Ele chama, alguns à vida familiar, outros à vida consagrada ou ao ministério sacerdotal. Ajudai-os a saber discernir o seu caminho e a passarem a ser amigos verdadeiros de Cristo e Seus autênticos discípulos. Quando os adultos, que têm fé, sabem, com as suas palavras e o seu exemplo, tornar visível o rosto de Cristo, os jovens prontificam-se mais facilmente a acolher a Sua mensagem exigente, marcada pelo mistério da Cruz.
Com essas palavras, podemos estabelecer os três pilares da inspiração vocacional na catequese: amor ao serviço, acolhimento da comunidade e encorajamento do catequista. O amor, como sabemos, é o maior mandamento da vida cristã e, por isso, deve estar presente em todo encontro de catequese, com o exemplo do catequista que exerce a sua própria vocação com muito amor. O acolhimento da comunidade é importante para que a vocação do catequizando não sufoque como sementes que caíram entre os espinhos. Infelizmente, nem todos que participam da comunidade estão dispostos ao acolhimento. Então, caro catequista, esforce-se para estar presente nos primeiros momentos de participação do catequizando nas pastorais, sendo – mais do que inspiração vocacional – um protetor daquele impulso de fé, o que se reflete no último pilar, de encorajamento.
Que nossa vocação de catequistas seja exemplo e inspiração para a vocação daqueles que nos acompanham. Que o Espírito Santo seja nosso guia e a Virgem Maria nossa benfeitora, de modo que, ao nos despedirmos de cada turma, possamos dizer-lhes: “pois eu vos dei o exemplo, para que façais como eu fiz”, se ainda não na santidade, ao menos na vocação. Quem assim seja!
SILVANA LAUREANO DA SILVA DE SOUZA
Coordenadora Diocesana da Catequese